O Prefeito Municipal de Divino de São Lourenço, Estado do Espírito Santo, Sr. ELEARDO
APARÍCIO COSTA BRASIL, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara
Municipal APROVOU e ele SANCIONA a seguinte Lei:
Art. 9º A SEMMAM é o órgão de coordenação, controle e execução da
Política Municipal do Meio Ambiente, integrante da estrutura de organização do Município,
com as seguintes atribuições:
I – promover a educação ambiental por intermédio de programas, projetos e
ações desenvolvidos no âmbito municipal para estimular a participação na proteção,
conservação e recuperação do meio ambiente;
II – propor a criação e gerenciar espaços territoriais especialmente protegidos
no Município de Divino de São Lourenço, implantando e implementando os planos de
manejo;
III – licenciar a localização, instalação, operação e ampliação das obras e
atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do meio
ambiente e de impacto local;
IV – exercer o controle, monitoramento e a avaliação dos recursos naturais do
Município;
V - controlar as atividades públicas e privadas potencialmente poluidoras do
meio ambiente;
VI – participar do planejamento das políticas públicas do Município;
VII – elaborar o Plano de Ação de Meio Ambiente e a respectiva proposta
orçamentária;
VIII – coordenar as ações dos órgãos integrantes do Sistema Municipal de
Meio Ambiente;
IX – elaborar os quesitos ambientais que farão parte dos termos de referência
para os Estudos de Impacto de Vizinhança – EIV;
X – elaborar ou aprovar termos de referência para os estudos ambientais
conforme a necessidade de avaliação técnica;
XI – manifestar-se mediante estudos e pareceres técnicos sobre questões de
interesse ambiental do Município;
XII – articular-se com organismos estaduais, federais, internacionais e
organizações não governamentais – ONGs, para a execução coordenada e a obtenção de
financiamentos para a implantação de programas relativos à preservação, conservação e
recuperação dos recursos naturais;
XIII – gerir o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUMDEMA,
nos aspectos técnicos, administrativos e financeiros, sob a fiscalização do Conselho
Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Divino de São Lourenço – COMDEMA;
XIV – apoiar as ações das organizações da sociedade civil que desenvolvam
projetos de preservação, conservação e controle da qualidade do meio ambiente;
XV – propor a edição de normas de qualidade ambiental com critérios,
parâmetros, padrões, limites, índices de qualidade, bem como, métodos para o uso dos
recursos naturais do Município;
XVI – fixar diretrizes ambientais para elaboração de projetos de
parcelamento do solo urbano;
XVII – fixar diretrizes ambientais no que se referem à coleta, transporte e
disposição de resíduos;
XVIII – promover as medidas administrativas e requerer ou encaminhar as
judiciais cabíveis para coibir, punir e responsabilizar os agentes poluidores e degradadores
do meio ambiente;
XIX – atuar em caráter permanente adotando medidas que promovam a
recuperação de áreas e recursos naturais poluídos ou degradados;
XX - exercer o poder de polícia administrativa para condicionar e restringir o
uso e gozo dos bens, atividades e direitos, quando indispensável à preservação, conservação,
defesa, melhoria, recuperação e controle do meio ambiente;
XXI - colaborar técnica e administrativamente com o Ministério Público e
demais órgãos, nas suas ações institucionais em defesa do Meio Ambiente;
XXII – dar apoio técnico, administrativo e financeiro ao COMDEMA;
XXIII – exigir dos responsáveis por empreendimentos ou atividades potencial
ou efetivamente poluidoras a adoção de medidas mitigadoras, compensatórias e recuperação
de impactos ao meio ambiente;
XXIV - coordenar a implantação do Plano Diretor de Áreas Verdes e
promover sua avaliação e adequação;
XXV - determinar a realização de estudos prévios de impacto ambiental;
XXVI - elaborar projetos ambientais;
XXVII - exigir compensação ambiental;
XXVIII - manifestar-se em processos de concessão de incentivos e benefícios
pelo Município a pessoas físicas ou jurídicas que protegem e conservam o meio ambiente e
os recursos ambientais;
XXIX - propor ao Chefe do Poder Executivo Municipal projetos de lei,
relacionados às questões ambientais;
XXX - executar outras atividades correlatas atribuídas pelo Poder Executivo
Municipal.
CÓDIGO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE
LIVRO I
PARTE GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Código, fundamentado na legislação e nas necessidades locais,
regula a ação pública do Município de Divino de São Lourenço no estabelecimento de
normas de gestão ambiental, na preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação e
proteção dos recursos naturais, no controle das atividades potencialmente poluidoras e do
meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, de
forma a garantir o desenvolvimento sustentável.
Parágrafo Único. Poderá o Município integrar-se com os órgãos Estaduais,
Regionais ou Federais competentes, e ainda, quando for o caso, com outros municípios, na
busca de solução de problemas comuns relativos à proteção ambiental, em consonância com
os princípios, os objetivos e finalidades da Política Municipal de Meio Ambiente.
TÍTULO II
DA POLÍTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS
Art. 2º A Política do Meio Ambiente do Município de Divino de São
Lourenço objetiva propiciar e manter o meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida em suas diferentes manifestações, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de promover sua proteção, conservação, controle,
preservação e recuperação para o presente e as futuras gerações.
Art. 3º A Política Municipal do Meio Ambiente orienta-se pelos seguintes
princípios:
I – manutenção do equilíbrio ecológico dos ambientes urbanos, rurais e
naturais, considerando o meio ambiente como um patrimônio de interesse público a ser
necessariamente assegurado e protegido para toda coletividade;
II – o uso controlado e sustentável dos recursos naturais;
III – promoção do uso sustentável da energia, com ênfase nas alternativas de
baixo impacto ambiental;
IV – proteção dos ecossistemas com a preservação, conservação e
manutenção de áreas ambientalmente sensíveis e a recuperação de áreas degradadas;
V – a obrigatoriedade de reparação ao dano ambiental, independentemente de
possíveis sanções civis, administrativas ou penais ao causador de poluição ou de degradação
ambiental, bem como a adoção de medidas preventivas;
VI – a educação ambiental como processo permanente de ação e reflexão
individual e coletiva voltados para a construção de valores, saberes, conhecimentos, atitudes
e hábitos, visando uma relação sustentável da sociedade humana com o ambiente que
integra;
VII – o controle das atividades potencial e/ou efetivamente poluidoras;
VIII – o incentivo à pesquisa e ao estudo científico e tecnológico, objetivando
o conhecimento da ecologia dos ecossistemas, seus desequilíbrios e a solução de problemas
ambientais existentes;
IX – garantir o acesso às informações relativas ao meio ambiente;
X – a participação da sociedade na sua formulação e implementação,
conforme estabelecido neste Código;
XI – a promoção do desenvolvimento econômico e social integrado com a
sustentabilidade ambiental;
XII – imposição ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
naturais para fins econômicos;
XIII – uso consciente do solo, do subsolo, da água e do ar;
XIV – a proteção, conservação e recuperação dos recursos hídricos
superficiais, das nascentes e das águas subterrâneas;
XV – função social e ambiental da propriedade.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 4º São objetivos da Política Municipal do Meio Ambiente:
I – compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação
da qualidade do meio ambiente, dos recursos naturais e do equilíbrio ecológico;
II – compatibilizar a Política Municipal do Meio Ambiente com as políticas
nacional e estadual do meio ambiente;
III – controlar a produção, comercialização, transporte de bens e serviços, o
uso de métodos e técnicas que comportem risco para a degradação da qualidade e o
equilíbrio do meio ambiente;
IV – articular e integrar as ações e atividades ambientais desenvolvidas pelos
diversos órgãos e entidades do Município, e com os órgãos federais e estaduais, quando
necessário;
V – impor, ao poluidor e ao degradador, a obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, a contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos;
VI – articular e integrar ações e atividades ambientais intermunicipais,
favorecendo consórcios e outros instrumentos de cooperação para controle e proteção do
meio ambiente, em especial os seus ecossistemas, os recursos hídricos e a gestão dos
resíduos sólidos;
VII – identificar e caracterizar os ecossistemas do Município, as fragilidades,
as ameaças, os riscos e os usos compatíveis, definindo as ações específicas para a gestão
adequada desses ambientes;
VIII – estabelecer normas, critérios e padrões de qualidade ambiental,
emissão de efluentes, bem como, normas relativas ao uso e manejo de recursos naturais,
adequando-as permanentemente em face da legislação vigente, bem como das inovações
tecnológicas;
IX – estimular a aplicação da melhor tecnologia disponível para a permanente
redução dos níveis de poluição;
X – preservar, conservar e recuperar as áreas consideradas de relevante
interesse ambiental localizadas no Município;
XI – estimular o desenvolvimento de pesquisas e uso adequado dos recursos
naturais;
XII - promover a educação ambiental especialmente nos estabelecimentos de
ensino sob a responsabilidade do Município e, em regime de cooperação, nos
estabelecimentos privados e sob a responsabilidade da União e do Estado, bem como, a
conscientização pública para a proteção do meio ambiente;
XIII – estabelecer o zoneamento ambiental, para compatibilizar a ocupação
do território municipal com a manutenção da qualidade ambiental e a conservação dos
recursos ambientais;
XIV – controlar e monitorar, por meio de padrões ambientais estabelecidos,
os níveis de poluição sonora, bem como, a qualidade da água, do ar e do solo;
XV – controlar a produção, extração, comercialização, transporte e o
emprego de materiais, bens e serviços, métodos e técnicas que comportem risco para a vida
ou comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente;
XVI – fiscalizar e exercer o poder de polícia em defesa do meio ambiente,
nos limites desta Lei, sem prejuízo da aplicação da legislação estadual e federal pertinentes;
XVII – proteger o patrimônio arqueológico, cultural, paleontológico,
paisagístico, histórico e ecológico do município;
XVIII – cadastrar as atividades que utilizam energia nuclear ou qualquer de
suas formas e manifestações, armazenagem, transporte e destinação final de resíduos e
adoção de medidas de proteção à população envolvida, respeitadas as normas vigentes;
XIX – controlar a localização, instalação, operação e ampliação de
empreendimentos potencial ou efetivamente poluidores, através de prévio licenciamento
ambiental e outros instrumentos administrativos visando garantir a qualidade ambiental e a
conservação dos recursos naturais;
XX – promover a utilização de energia renovável, com ênfase nas alternativas
de baixo impacto ambiental e que venham contribuir para a redução dos índices de poluição
na atmosfera;
XXI - criar, implantar, consolidar e gerenciar unidades de conservação e
outros espaços territoriais especialmente protegidos.
Parágrafo Único. As atividades públicas ou privadas serão exercidas em
consonância com as diretrizes da Política Municipal do Meio Ambiente.
CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS
Art. 5º São instrumentos da Política Municipal do Meio Ambiente:
I – o Plano Municipal de Meio Ambiente;
II – o Plano Municipal de Educação Ambiental;
III – o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;
IV – o Zoneamento Ambiental;
V – o Plano Diretor de Arborização e Áreas Verdes;
VI – estabelecimento de parâmetros e padrões de qualidade ambiental;
VII – o licenciamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VIII – a criação, implantação, implementação e manutenção de unidades de
conservação municipais e demais espaços especialmente protegidos;
IX – o sistema municipal de informações sobre o meio ambiente;
X – cadastro de atividades potencialmente poluidoras, de profissionais,
empresas e entidades que atuam na área de meio ambiente;
XI – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
XII – monitoramento, controle e fiscalização ambiental;
XIII – auditoria ambiental;
XIV – audiência pública;
XV – educação ambiental;
XVI– compensação ambiental;
XVII – benefícios econômicos e/ou fiscais, concedidos como forma de
incentivo a preservação e conservação dos recursos naturais, regulamentadas através da
legislação vigente ou de normas municipais;
XVIII – o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente - FUMDEMA;
XIX – plano municipal de saneamento;
XX – a outorga, mediante a cobrança de tarifas, de uso e derivação de
quaisquer recursos ambientais
§ 1º O Município, no exercício de sua competência em matéria de meio
ambiente, poderá estabelecer normas suplementares para atender as suas peculiaridades,
observadas as normas gerais de competência do Estado e da União
§ 2º Havendo necessidade de regulamentação, os instrumentos da Política
Municipal do Meio Ambiente, referidos nos incisos deste artigo, serão tratados em
legislação municipal específica, observadas as disposições do Plano Diretor Municipal sobre
a matéria.
CAPÍTULO IV
DAS DEFINIÇÕES
Art. 6º São as seguintes definições que regem este Código:
Art. 6º São as seguintes definições que regem este Código:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
III - atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões,
quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a
obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal
sustentável;
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e
efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando
couber;
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
d) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de
comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais,
onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;
f) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros
requisitos previstos na legislação aplicável;
g) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de
mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a
recursos genéticos;
h) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e
outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem
prejudique a função ambiental da área;
ij) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e
familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não
descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da
área;
j) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de
baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou
dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente.
IV – auditoria ambiental: instrumento de inspeção, análise e avaliação
sistemática das condições, práticas e procedimentos ambientais;
V – audiência pública: instrumento de caráter não deliberativo de consulta
pública para a discussão de estudos ambientais, projetos, empreendimentos, obras ou
atividades que façam uso dos recursos ambientais e/ou que potencial ou efetivamente que
possam causar degradação do meio ambiente nos termos da legislação vigente;
VI – cabrucas: são sistemas agroflorestais em que houve corte seletivo da
vegetação nativa, com a retirada das espécies nativas de menor porte e preservação das de
maior porte para sombreamento da cultura de cacau;
VII – compensação ambiental: é um mecanismo de compensação pelos
efeitos de impactos ambientais ocorridos quando da implantação ou operação de
empreendimentos, bem como decorrentes de degradações ou danos ambientais;
VIII – conservação: é o manejo do uso humano da natureza, compreendendo
a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do
ambiente natural, para que possa produzir maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais
gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações
futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
IX – controle ambiental: são as atividades desenvolvidas de licenciamento,
fiscalização e monitoramento de atividades e empreendimentos potencial ou efetivamente
causadores de degradação do meio ambiente, visando obter ou manter a qualidade
ambiental;
X – degradação ambiental: conjunto de processos resultantes de danos ao
meio ambiente, pelos quais ocorrem perdas, reduções ou alterações adversas aos recursos
ambientais;
XI – dano ambiental: qualquer lesão ao meio ambiente causado por ação de
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado;
XII – desenvolvimento sustentável: é o desenvolvimento social, econômico e
ambiental capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade
de atender as necessidades das futuras gerações;
XIII – ecossistema: sistema no qual as interações entre os elementos bióticos
e abióticos conduzem a um intercâmbio cíclico de materiais e de energia, cujas dimensões
podem variar consideravelmente;
XIV – educação ambiental: processo por meio do qual o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, saberes, conhecimentos, habilidades, competências,
atitudes, hábitos e costumes, voltados à conservação, preservação e recuperação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida e sua
sustentabilidade;
XV – esgotos: termo usado para as águas que, após a utilização humana,
apresentam as suas características naturais alteradas. Conforme o uso predominante:
doméstico, pluvial, industrial e sanitário, essas águas apresentarão características diferentes
e são genericamente designadas de esgoto, sendo assim definidos:
a) esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para a higiene
e necessidades fisiológicas humanas;
b) esgoto industrial: despejo de líquido resultante dos processos industriais,
respeitados os padrões de lançamento estabelecidos;
c) esgoto sanitário: água residuária composta de esgoto doméstico, despejo
industrial admissível a tratamento conjunto com esgoto doméstico e água de infiltração;
d) esgoto pluvial: esgoto gerado a partir da coleta de águas de escoamento
superficial originadas pelas chuvas e, em alguns casos, lavagem de ruas e de drenos
subterrâneos ou de qualquer outro tipo de precipitação atmosférica.
XVI – fiscalização ambiental: ação de controle, monitoramento e vigilância
exercida pela Administração Púbica e seus agentes que visa, mediante o exercício do poder
de polícia, averiguar o cumprimento da legislação ambiental de atividades potencial ou
efetivamente poluidoras ao meio ambiente;
XVII – gases de efeito estufa: são gases lançados na atmosfera
principalmente pela queima de combustíveis fósseis que aumentam a absorção de calor e
elevam a temperatura do planeta, provocando o aquecimento global;
XVIII – gestão ambiental: tarefa de administrar e controlar o uso sustentável
dos recursos naturais, por instrumentação adequada – regulamentos, normatização e
investimentos – assegurado racionalmente o conjunto do desenvolvimento produtivo, social
e econômico em benefício do meio ambiente e da coletividade;
XIX – impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança
e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições de
valor paisagístico, ecológico, turístico, histórico, cultural, arqueológico, bem como as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais; os
costumes, a cultura e as formas de sobrevivência da população;
XX - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de
espécies invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou
posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a
cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e
atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas,
observadas as condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados
predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas,
observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de
efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da
atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho,
outorgadas pela autoridade competente.
XXI - meio ambiente: conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e
dos fatores sociais susceptíveis de exercerem um efeito direto ou mesmo indireto, imediato
ou a longo prazo, sobre todos os seres vivos, inclusive o homem;
XXII – padrão de emissão: é o limite de emissão e concentração de poluentes
que, ultrapassado, poderá afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como
ocasionar danos à flora e à fauna, às atividades econômicas e à qualidade ambiental em
geral;
XXIII – padrão de qualidade ambiental: são os valores das emissões e
concentrações máximas toleráveis no ambiente para cada poluente, de modo a resguardar a
saúde humana, a fauna, a flora, as atividades sociais e econômicas e o meio ambiente em
geral;
XXIV – plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu
zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
XXV – poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que direta ou indiretamente
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos
XXVI – preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que
visem à proteção das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos
ecológicos, prevenindo o desequilíbrio ecológico dos sistemas naturais;
XXVII – qualidade ambiental: estado das condições do meio ambiente,
expressas em termos de indicadores ou índices relacionados com os padrões ambientais;
XXVIII – recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição
original;
XXIX - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;
XXX – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora;
XXX – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora;
XXXI – reserva legal: área localizada no interior de uma propriedade ou
posse rural, delimitada nos termos do art. 12 da Lei 12.651/2012, com a função de assegurar
o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a
conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como, o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa;
XXXII - restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma
geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram
diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em
mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de
acordo com o estágio seccional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais
interiorizado;
XXXIII – saúde ambiental: é a parte da saúde pública que engloba os
problemas resultantes dos efeitos que o ambiente exerce sobre o bem-estar físico e bem-estar
mental do homem, como parte integrante de uma comunidade;
XXXIV – saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e
instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas
e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as
ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos
esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo e tratamento e
destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e
vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e
disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
XXXV – sistemas agroflorestais: são sistemas nos quais existe a
consorciação de espécies vegetais de diferentes portes, em que pelo menos uma seja lenhosa
perene e a outra de cultivo agrícola em simultâneo ou sequencial, de maneira integrada com
o ambiente na produção de bens e serviços;
XXXVI – sistema de tratamento sanitário individual: são construções
destinadas a remover os resíduos sólidos e a carga orgânica de esgotos domésticos que pode
ser unifamiliar ou de pequenas empresas como a fossa séptica ou similares;
XXXVII – termo de compromisso ambiental: instrumento de gestão
ambiental que tem por objetivo precípuo a recuperação do meio ambiente
degradado, por meio de fixação de obrigações e condicionantes técnicas que
deverão ser rigorosamente cumpridas pelo infrator em relação à atividade degradadora a que
causa, de modo a cessar, corrigir, adaptar, recompor ou minimizar seus efeitos negativos
sobre o meio ambiente e permitir que as pessoas físicas e jurídicas possam promover as
necessárias correções de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas
autoridades ambientais competentes e adequação à legislação ambiental;
XXXVIII – termo de referência: conjunto de critérios exigidos para a
realização de determinada atividade;
XXXIX - utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos
de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário ao parcelamento de solo urbano
aprovado pelo Município, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações,
radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais,
nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho;
c) atividades e obras de defesa civil;
XL – unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos naturais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob-regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
XLI – zoneamento ambiental: instrumento de planejamento e organização do
território através da identificação das potencialidades e fraquezas físicas, químicas,
biológicas e socioeconômicas, que estabelece medidas e padrões de qualidade ambiental
destinado a garantir o desenvolvimento sustentável, a preservação e conservação ambiental e
a melhoria das condições de vida da população;
XLII – zona de mistura de efluentes: local onde ocorre o lançamento do
efluente no corpo receptor e onde podem ser excedidos alguns padrões de qualidade do
corpo receptor;
XLIII – Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso;
XLIV – SISNAMA: Sistema Nacional de Meio Ambiente;
XLV – SNVS: Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
XLVI – SUASA: Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária;
XLVII- Responsável técnico ambiental: Profissional com atribuição
específica, que deve estar habilitado na forma da legislação vigente, e que responde,
tecnicamente pela assistência e qualidade dos serviços prestados sob sua responsabilidade;
XLVIII – Pesca: Ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou
capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios,
suscetíveis ou não de aproveitamento econômicas ressalvadas as espécies ameaçadas de
extinção, constantes nas listas oficiais de fauna e flora.
TÍTULO III
DO SISTEMA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA
Art. 7º O Sistema Municipal do Meio Ambiente de Divino de São
Lourenço – SIMMA é formado pelo conjunto de entidades e órgãos públicos e privados,
destinados a preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação e controle da
qualidade do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos ambientais do Município.
Art. 8º Integram o Sistema Municipal do Meio Ambiente de Divino de São
Lourenço - SIMMA:
I - Secretaria Municipal de Meio Ambiente– SEMMAM;
II - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA;
III - Organizações da sociedade civil que tenham a questão ambiental entre
seus objetivos;
IV - Outras secretarias e autarquias afins do Município, definidas em ato do
Poder Executivo
Parágrafo Único. Os órgãos e entidades que compõem o SIMMA atuarão de
forma harmônica e integrada, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
CAPÍTULO II
DA SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE– SEMMAM
CAPÍTULO III
DO CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE – COMDEMA
Art. 11 O COMDEMA exercerá as seguintes atribuições:
I – de caráter consultivo:
a) colaborar com o Município de Divino de São Lourenço na regulamentação
e acompanhamento das diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente;
b) analisar e opinar sobre matérias de interesse ambiental do Poder Executivo
que forem submetidas à sua apreciação;
c) opinar sobre matéria em tramitação no contraditório administrativo público
municipal que envolva questão ambiental, por solicitação formal do Poder Executivo;
d) analisar proposta de elaboração do zoneamento ambiental;
e) apresentar sugestões para a reformulação do Plano Diretor Municipal no
que concerne às questões ambientais;
f) propor a criação de unidade de conservação;
g) examinar, por solicitação da maioria dos seus membros, matéria em
tramitação na Administração Pública Municipal, que envolva questão ambiental.
II – de caráter deliberativo:
a) propor a política municipal de planejamento e controle ambiental;
b) analisar e decidir, quando solicitado pelo Poder Executivo Municipal,
sobre a implantação de projetos de relevante impacto ambiental;
c) solicitar referendo por decisão da maioria absoluta dos seus membros;
d) fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Defesa do Meio
Ambiente - FUMDEMA, podendo requisitar informações ao Poder Executivo Municipal
para esclarecimentos;
e) deliberar sobre propostas apresentadas pela SEMMAM perante o Conselho
no que concerne às questões ambientais;
f) propor e incentivar ações de caráter educativo para a formação da
cidadania, visando à proteção, conservação, recuperação, preservação e melhoria do
ambiente;
g) aprovar e deliberar sobre seu regimento interno;
h) apreciar, pronunciar e deliberar sobre aprovação de manifestação técnica
proferida pela SEMMAM em análise do EIA/RIMA;
i) fixar as diretrizes de gestão do FUMDEMA.
III – de caráter normativo:
a) aprovar, com base em estudos técnicos as normas, critérios, parâmetros,
padrões e índices de qualidade ambiental, bem como métodos para o uso dos recursos
naturais do Município, observadas as legislações estadual e federal;
b) aprovar os métodos e padrões de monitoramento ambiental, desenvolvidos
e utilizados pelo Poder Público e pela iniciativa privada;
c) analisar a proposta de projeto de lei de relevância ambiental de iniciativa
do Poder Executivo, antes de ser submetida à deliberação da Câmara Municipal.
IV – de caráter recursal:
a) decidir, em segunda e última instância administrativa, sobre recursos
relacionados a atos e penalidades aplicadas pela SEMMAM.
Art. 12 O COMDEMA será constituído paritariamente por representantes de órgãos e
entidades governamentais e não governamentais, num total de
I – no mínimo 12 (doze) membros, sendo obrigatório o Secretário (a) de Meio Ambiente e
Secretário(a) de Agricultura e Desenvolvimento Rural;
§ 1º O COMDEMA será presidido pelo Secretário Municipal de Meio
Ambiente, e o vice deverá ser eleito dentre os demais conselheiros.
§ 2º O Presidente do COMDEMA exercerá seu direito de voto em casos de
empate
§ 3º Os membros do COMDEMA e seus respectivos suplentes serão
indicados pelas entidades que representam, e nomeados por ato do Prefeito Municipal, para
mandato de 02 (dois) anos, permitida a recondução, sendo o serviço gratuito e considerado
relevante para o Município
§ 4º A indicação a que se refere o §3º não se aplica ao Presidente que é
considerado membro nato do COMDEMA, a teor do § 1º.
Art. 13 O COMDEMA terá seguinte composição:
II- seis membros do poder publico
III- seis da sociedade civil
§1º Será afastado do COMDEMA o membro representante de qualquer órgão ou
entidade que tenha faltado a 3 reuniões consecutivas ou 3 alternadas, em período anual,
coincidente com o exercício civil, desde que a justificativa prévia de ausência, devidamente
formalizada à Secretaria Executiva, e apresentada ao Plenário, não tenha sido aceita.
§2º Caso a entidade, formalmente notificada, não atenda a convocação para
indicar membro titular ou suplente no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados a partir
da data do recebimento da notificação, será declarada pelo Presidente do Colegiado em
reunião ordinária ou extraordinária a vacância, encaminhando ao Prefeito Municipal nova
indicação, desde que obedecido o critério de representação paritária.
§3º O quorum mínimo para funcionamento do COMDEMA será reduzido
proporcionalmente enquanto a entidade ausente não indicar novo representante.
Art. 14 O quorum mínimo das reuniões plenárias do COMDEMA será de 6
(seis) membros.
Parágrafo Único. Em segunda chamada, para encaminhamentos de caráter
consultivo, poderá o Conselho ser reunir ordinariamente com número inferior ao quorum
estabelecido no caput.
Art. 15 O COMDEMA poderá instituir, sempre que necessárias Câmaras
Técnicas em diversas áreas, bem como recorrer a pessoas e entidades de notória
especialização em temas de interesse do meio ambiente para obter subsídios em assuntos
objeto de sua apreciação.
Art. 16 O Presidente do COMDEMA, de ofício ou por indicação dos
membros das Câmaras Técnicas, poderá convidar dirigentes de órgãos públicos, pessoas
físicas ou jurídicas, para esclarecimentos sobre a matéria em exame.
Art. 17 Os atos do COMDEMA são de domínio público, aos quais deve ser
dada a devida publicidade.
Art. 18 A estrutura necessária ao funcionamento do COMDEMA será
disponibilizada pela SEMMAM, podendo ser utilizado recurso do FUMDEMA para esse
fim.
Art. 19 As demais normas de funcionamento do COMDEMA e de indicação
dos representantes de entidades da sociedade civil e dos órgãos governamentais para
nomeação como conselheiros, serão estabelecidas mediante Decreto regulamentar do Poder
Executivo Municipal.
CAPÍTULO IV
DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS
Art. 20 As Organizações Não Governamentais – ONGs são instituições da
sociedade civil organizada, sem fins lucrativos, que têm entre seus objetivos a atuação na
área ambiental
Parágrafo Único. As ONGs referidas no caput deste artigo deverão ter
inscrição junto aos órgãos competentes há pelo menos um ano, desenvolver ou ter
desenvolvido atividades no Município de Divino de São Lourenço e possuir título de
utilidade pública.
CAPÍTULO V
DAS SECRETARIAS E AUTARQUIAS AFINS
Art. 21 As secretarias e autarquias afins são aquelas que desenvolvem
atividades que interferem direta ou indiretamente sobre a área ambiental.
LIVRO II
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
ZONEAMENTO AMBIENTAL
Art. 22 O zoneamento ambiental consiste na definição de áreas do território
do Município, de modo à regular as atividades, bem como, definir ações para proteção e
melhoria da qualidade do ambiente, considerando as características ou atributos das áreas.
Parágrafo Único. O Zoneamento Ambiental será definido por Lei e
incorporado ao Plano Diretor Municipal - PDM.
CAPÍTULO II
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
SEÇÃO I
Áreas de Preservação Permanente
Art. 23 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou
urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura, exceto a ;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura
superior a 600 (seiscentos) metros
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura
mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas, que terão uma Área de Preservação
Permanente.
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença
ambiental do empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer
que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a
100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI – as restingas;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - os remanescentes de Mata Atlântica, com exceção das cabrucas;
IX - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo,
em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
X - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de
100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de
nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à
base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água
adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
XI - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer
que seja a vegetação;
XII – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado;
XIII - as demais áreas declaradas por lei.
§ 1° Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de
reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos
d’água naturais.
§ 2° Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a
1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão
ambiental competente.
§ 3° Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas
áreas de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a
infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de
recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão
de recursos hídricos;
III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente;
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural – CAR;
V - não implique novas supressões de vegetação nativa.
Art. 24 A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de
Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
social ou de baixo impacto ambiental previsto nesta Lei.
§ 1° A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e
restingas somente poderão ser autorizadas em caso de utilidade pública
§ 2° É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a
execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse
da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.
SEÇÃO II
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAL
Art. 25 Fica criado o Sistema Municipal de Unidade de Conservação, que
estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das Unidades de
Conservação.
Art. 26 Unidade de Conservação Municipal é o espaço territorial e seus
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público Municipal, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção.
SUBSEÇÃO I
DAS CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Art. 27 As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos, com
características específicas:
I – Unidades Municipais de Proteção Integral;
II – Unidades Municipais de Uso Sustentável.
§ 1º O objetivo básico das Unidades Municipais de Proteção Integral é
preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com
exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2º O objetivo básico das Unidades Municipais de Uso Sustentável é
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais.
Art. 28 O grupo das Unidades Municipais de Proteção Integral é composto
pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
I – Estação Ecológica Municipal;
II – Reserva Biológica Municipal;
III – Parque Natural Municipal;
IV – Monumento Natural Municipal;
V – Refúgio de Vida Silvestre Municipal.
Art. 29 A Estação Ecológica Municipal tem como objetivo a preservação da
natureza e a realização de pesquisas científicas.
§ 1º A Estação Ecológica Municipal é de posse e domínio públicos, sendo
que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, na forma da lei.
§ 2º É proibida a visitação pública à Estação Ecológica Municipal, exceto
com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da Unidade ou
regulamento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão
responsável pela administração da Unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
§ 4º Na Estação Ecológica Municipal só podem ser permitidas alterações dos
ecossistemas no caso de:
I – medidas que visem à restauração de ecossistemas modificados;
II – manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III – coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV – pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que
aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos
ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão total da
unidade e até o limite de um mil e quinhentos hectares.
Art. 30 A Reserva Biológica Municipal tem como objetivo a preservação
integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência
humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de
seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o
equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
§ 1º A Reserva Biológica Municipal é de posse e domínio públicos, sendo
que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, na forma da lei.
§ 2º É proibida a visitação pública à Reserva Biológica Municipal, exceto
aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão
responsável pela administração da Unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
Art. 31 O Parque Natural Municipal tem como objetivo básico a preservação
de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico
§ 1º O Parque Natural Municipal é de posse e domínio públicos, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, na forma da lei.
§ 2º A visitação pública ao Parque Natural Municipal está sujeita às normas e
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da Unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão
responsável pela administração da Unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
Art. 32 O Monumento Natural Municipal tem como objetivo básico
preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.
§ 1º O Monumento Natural Municipal pode ser constituído por áreas
particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da Unidade com a utilização
da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
§ 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades
privadas, ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento Natural
Municipal com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, na forma da lei.
§ 3º A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no
Plano de Manejo da Unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
administração e àquelas previstas em regulamento.
Art. 33 O Refúgio de Vida Silvestre Municipal tem como objetivo proteger
ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies
ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória
§ 1º O Refúgio de Vida Silvestre Municipal pode ser constituído por áreas
particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da Unidade com a utilização
da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
§ 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades
privadas, ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão
responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre
Municipal com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, na forma da lei.
§ 3º A visitação pública ao Refúgio de Vida Silvestre Municipal está sujeita
às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da Unidade, às normas
estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em
regulamento.
§ 4º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão
responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
Art. 34 Constituem o Grupo das Unidades Municipais de Uso Sustentável as
seguintes categorias de Unidade de Conservação:
I - Área de Proteção Ambiental Municipal;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico Municipal;
III - Floresta Municipal;
IV - Reserva Extrativista Municipal;
V - Reserva de Fauna Municipal;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal;
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Art. 35 A Área de Proteção Ambiental Municipal é uma área em geral
extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.
§ 1º A Área de Proteção Ambiental Municipal é constituídas por terras
públicas ou privadas.
§ 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e
restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção
Ambiental Municipal.
§ 3º As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública
nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da Unidade.
§ 4º Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as
condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições
legais.
§ 5º A Área de Proteção Ambiental Municipal disporá de um Plano de
Manejo e de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e
constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da
população residente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
Art. 36 A Área de Relevante Interesse Ecológico Municipal é uma área em
geral de pequena extensão, constituída por terras públicas ou privadas, com pouca ou
nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga
exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
Parágrafo Único. Respeitados os limites constitucionais, podem ser
estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada
em uma área de relevante interesse ecológico municipal.
Art. 37 A Floresta Municipal é uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração
sustentável de florestas nativas.
§ 1° A Floresta Municipal é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe
a lei.
§ 2° Na Floresta Municipal é admitida a permanência de populações
tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em
regulamento e no Plano de Manejo da Unidade.
§ 3° A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas
para o manejo da Unidade pelo órgão responsável por sua administração
§ 4° A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização
do órgão responsável pela administração da Unidade, às condições e restrições por este
estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.
§ 5° A Floresta Municipal disporá de um Conselho Consultivo, presidido
pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações
tradicionais residentes.
Art. 38 A Reserva Extrativista Municipal é uma área utilizada por
populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno
porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações,
e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
§ 1° A Reserva Extrativista Municipal é de domínio público, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, com uso concedido às
populações extrativistas tradicionais conforme o disposto em regulamentação específica e o
previsto nesta Lei, especialmente:
I - A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais na
Reserva Extrativista Municipal serão regulados por contrato, conforme se dispuser no
regulamento desta Lei;
II - As populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da
preservação, recuperação, defesa e manutenção da unidade de conservação;
III - O uso dos recursos naturais pelas populações de que trata este artigo
obedecerá às seguintes normas:
a) proibição do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de
práticas que danifiquem os seus habitats;
b) proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natural dos
ecossistemas;
c) demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da
Unidade de Conservação e no contrato de concessão de direito real de uso.
§ 2° A Reserva Extrativista Municipal será gerida por um Conselho
Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por
representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações
tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da
Unidade.
§ 3° A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses
locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área.
§ 4° A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia
autorização do órgão responsável pela administração da Unidade, às condições e restrições
por este estabelecida e às normas previstas em regulamento.
§ 5° O Plano de Manejo da Unidade será aprovado pelo seu Conselho
Deliberativo.
§ 6° São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou
profissional.
§ 7° A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em
bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades
desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de
Manejo da Unidade.
§ 1º A Reserva de Fauna Municipal é de posse e domínio público, sendo que
as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas na forma da lei.
§ 2º A visitação pública na Reserva de Fauna Municipal pode ser permitida,
desde que compatível com o Plano de Manejo da Unidade e de acordo com as normas
estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração.
§ 3º É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional, na Reserva
de Fauna Municipal.
§ 4º A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas
obedecerá ao disposto nas leis e regulamentos sobre fauna.
Art. 40. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal é uma área
natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e
adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na
proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
§ 1° A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal tem como
objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios
necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração
dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e
aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas
populações.
§ 2° A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal é de domínio
público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando
necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 3° O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado
conforme o disposto em regulamentação específica e o previsto nesta Lei, especialmente:
I - A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais na
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal serão regulados por contrato, conforme
se dispuser no regulamento desta Lei;
II - As populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da
preservação, recuperação, defesa e manutenção da Unidade de Conservação;
III - O uso dos recursos naturais pelas populações de que trata este artigo
obedecerá às seguintes normas:
a) proibição do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de
práticas que danifiquem os seus habitats;
b) proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natural dos
ecossistemas;
c) demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da
Unidade de Conservação e no contrato de concessão de direito real de uso.
§ 4° A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal será gerida por
um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e
constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das
populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de
criação da Unidade.
§ 5° As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Municipal obedecerão às seguintes condições:
I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os
interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área;
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da
natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental,
sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às
condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento;
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da
população e a conservação;
IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em
regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis,
desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo da área.
§ 6° O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Municipal definirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e
corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da Unidade.
Art. 41. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada,
gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
§ 1º O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso
assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será
averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.
§ 2° Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural,
conforme se dispuser em regulamento:
I - a pesquisa científica;
II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
§ 3° Os órgãos integrantes do Sistema Municipal de Unidade de
Conservação, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao
proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de
Manejo ou de Proteção e de Gestão da Unidade.
SUBSEÇÃO II
DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS.
Art. 42 A criação de uma Unidade de Conservação municipal deve ser
precedida de estudos técnicos e de consulta pública, bem como outros critérios estabelecidos
em legislação federal e estadual vigentes.
Art. 43 A lei será o instrumento legal para criação de Unidades de
Conservação Municipais
Art. 44 No município de Divino de São Lourenço ficam mantidas as
seguintes Unidades de Conservação:
Art. 45 As Unidades de Conservação Municipais deverão ser regulamentadas
mediante Decreto do Poder Executivo Municipal.
Art. 46 As Unidades de Conservação Municipais devem dispor de um Plano
de Manejo conforme prevê a Lei Federal que institui o Sistema Nacional de Unidade de
Conservação (SNUC)
§ 1º O Plano de Manejo deve abranger a área da Unidade de Conservação,
sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de
promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.
§ 2º O Plano de Manejo de uma Unidade de Conservação deve ser elaborado
no prazo de até cinco anos a partir da data de sua criação.
§ 3º São proibidas, nas Unidades de Conservação, quaisquer alterações,
atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de
Manejo e seus regulamentos
Art. 50 As Unidades de Conservação devem possuir uma zona de
amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.
§ 1º O órgão responsável pela administração da Unidade estabelecerá normas
específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos
corredores ecológicos
§ 2º Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as
respectivas normas de que trata o § 1º poderão ser definidas no ato de criação da Unidade ou
posteriormente.
Art. 47 Para cada Unidade de Conservação deverá ser designado pelo
Secretário(a) Municipal de Meio Ambiente, dentre os servidores municipais, um Gestor com
formação ou com experiência na área ambiental.
Parágrafo Único. O Gestor de que trata o caput fará jus ao recebimento de
gratificação mensal correspondente a 800 (oitocentos) U.R.M.L. (Unidade de Referência do
Município de Divino de São Lourenço).
Art. 48 Ficam proibidas as atividades comerciais de extração mineral nas
Unidades de Conservação Municipais.
Art. 49 A alteração adversa, a redução da área ou a extinção de Unidades de
Conservação somente será possível mediante prévia consulta ao COMDEMA, realização de
Audiência Pública e edição de lei municipal.
SUBSEÇÃO III
DOS CONSELHOS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Art. 50 Os Conselhos de Unidades de Conservação, compostos
paritariamente por órgãos e entidades governamentais e não governamentais, serão criados
por Decreto do Executivo Municipal, observada sua natureza de atuação.
Parágrafo Único. O mandato dos Conselheiros será de 2 (dois) anos,
permitida a recondução, resguardado aos órgãos do Poder Público representados no
Conselho, proceder a substituição dos conselheiros sempre que se fizer necessário.
Art. 51 O Conselho da Unidade de Conservação será presidido pelo Gestor, e
o vice-presidente deverá ser eleito dentre os demais conselheiros.
Art. 52 Enquanto não criado o Conselho de cada Unidade de Conservação,
sua administração e gestão ficará a cargo do Gestor em parceria com a SEMMAM.
Art. 53 As demais normas de gestão da Unidade de Conservação e
funcionamento do Conselho serão estabelecidas mediante Decreto regulamentar do Poder
Executivo Municipal.
Art. 54 As despesas decorrentes da instalação e funcionamento dos
Conselhos serão suplementadas por recursos do Executivo Municipal, podendo ser utilizado
recurso do FUMDEMA para esse fim.
SEÇÃO III
DAS ÁREAS DE INTERESSE AMBIENTAL E CULTURAL
Art. 55 São Áreas de Interesse Ambiental e Cultural aquelas localizadas no
território do Município de Divino de São Lourenço com características naturais e culturais
diferenciadas, que estruturam a paisagem ou constituem ecossistemas importantes,
atribuindo-lhes identidades com repercussão de nível macro no Município.
SEÇÃO IV
DAS ÁREAS VERDES ESPECIAIS
Art. 56 As Áreas Verdes Especiais são espaços territoriais urbanos do
Município que apresentam cobertura vegetal arbóreo-arbustiva florestada ou fragmentos
florestais nativos de domínio público ou particular, com objetivos de melhoria da paisagem,
recreação e turismo para fins educativos, bem como para a melhoria da qualidade de vida.
Art. 57 A SEMMAM definirá e o COMDEMA aprovará que áreas verdes
especiais e de domínio particular deverão ser integradas aos espaços territoriais
especialmente protegidos do Município de Divino de São Lourenço
Parágrafo Único. O Poder Executivo Municipal adotará as medidas
necessárias para regularizar a posse dessas áreas, conforme dispuser legislação pertinente.
Art. 58 O Município de Divino de São Lourenço não pode alienar, dar em
comodato ou doar a particulares ou a entes públicos as áreas verdes especiais, respeitadas as
disposições da Lei de Parcelamento do Solo.
Art. 59 As áreas verdes e praças não podem sofrer alterações que
descaracterizem suas finalidades principais que visem ao lazer e a saúde da população
Art. 60 A poda de árvores existentes nas áreas verdes deverá ser realizada
com base em fundamentação técnica e de forma que não comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção.
Art. 61 O Poder Público Municipal poderá, por meio de instrumento legal,
instituir proteção especial para conservação de uma determinada árvore, por motivo de sua
localização, raridade, ou condição de porta-semente, a ela concedendo "declaração de imune
de corte".
SEÇÃO V
DOS CORPOS HÍDRICOS E DAS NASCENTES
Art. 62 Os corpos hídricos e as nascentes são espaços territoriais
especialmente protegidos pelo Poder Público Municipal, observando-se:
I - cadastrar os corpos hídricos e as nascentes existentes no Município;
II - monitorar a qualidade de suas águas;
III - coibir a emissão de efluentes e resíduos de qualquer natureza, bem como
a realização de atividades que possam provocar a poluição de suas águas;
IV - estimular a recuperação da vegetação natural e promover a reabilitação
sanitária e ambiental da área no entorno
Art. 63 Compete à SEMMAM realizar fiscalização periódica dos corpos
hídricos e nascentes do Município, visando sua preservação e qualidade de suas águas.
SEÇÃO VI
DOS MORROS, MONTES E AFLORAMENTOS ROCHOSOS.
Art. 64 Os morros, montes e afloramentos rochosos são áreas que compõem
as zonas de proteção ambiental ou paisagística, definidas pelo zoneamento ambiental.
SEÇÃO VIII
DAS LAGOAS NO MUNICÍPIO
Art. 65 As lagoas são espaços territoriais protegidos, cuja conservação é
essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico no Município, especialmente dos
recursos hídricos.
Parágrafo Único. As lagoas são bens públicos de uso comum do povo,
sendo assegurado sempre livre e franco acesso a elas, em qualquer direção e sentido.
Art. 66 A Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMAM realizará o
monitoramento e a fiscalização das lagoas do Município visando:
I - o acompanhamento e divulgação de informações sobre qualidade de suas
águas, especialmente as situadas no perímetro urbano;
II - coibir a emissão de efluentes e resíduos de qualquer natureza, bem como
a realização de atividades que possam provocar poluição hídrica;
III - fiscalizar a vegetação ciliar, bem como estimular sua recuperação.
CAPÍTULO III
DOS ESTUDOS AMBIENTAIS
Art. 67 Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos à
avaliação dos aspectos e impactos ambientais relacionados à localização, instalação,
operação, ampliação ou regularização de uma atividade potencialmente poluidora, tais
como: diagnóstico ambiental, estudo preliminar de risco, estudo de impacto de vizinhança,
estudo do impacto ambiental, plano de controle ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada, relatório ambiental ou de auditoria ambiental, entre outros,
conforme as disposições da legislação federal, estadual e municipal vigente e das
estabelecidas em Decreto do Poder Executivo Municipal, quando necessário.
Art. 68 A SEMMAM poderá exigir com base em parecer técnico
fundamentado, sempre que entender necessário ou quando houver previsão na legislação
vigente, a elaboração de Estudos Ambientais.
§ 1º A elaboração dos Estudos Ambientais deverá ser precedida e orientada
por termo de referência aprovado pela SEMMAM, onde serão definidos os estudos, projetos
e demais itens a serem apresentados
§ 2º Correrão por conta exclusiva do proponente do empreendimento todas as
despesas e custos referentes à realização dos Estudos Ambientais.
SEÇÃO I
DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E DO RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL
Art. 69 O Estudo de Impacto Ambiental - EIA, além de obedecer aos
princípios e objetivos da legislação vigente, obedecerá às seguintes diretrizes:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,
confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e operação da atividade;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada
pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrográfica na qual se localiza;
lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade;
V – realizar o diagnóstico ambiental da área de influência do
empreendimento, com completa descrição e análise dos recursos naturais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da região, antes da
implantação do empreendimento;
VI - definir medidas redutoras para os impactos negativos bem como medidas
potencializadoras dos impactos positivos decorrentes do empreendimento;
VII - elaborar programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando a frequência, os fatores e parâmetros a serem considerados,
que devem ser mensuráveis e ter interpretações inequívocas.
Art. 70 O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as
seguintes avaliações técnicas:
I – diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição
e análise dos recursos naturais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico: o solo, o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais: a flora e a fauna, destacando
as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e
ameaçadas de extinção, e as áreas de preservação permanente;
c) o meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, os usos da água e da
sócio economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos naturais e a
potencial utilização futura desses recursos.
II - Análise dos impactos ambientais do empreendimento e de suas
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância
dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a
distribuição dos ônus e benefícios sociais;
III – definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de
cada uma delas;
IV – elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
Parágrafo Único. A SEMMAM fornecerá as instruções adicionais que se
fizerem necessárias, devido às peculiaridades do projeto e características ambientais da área.
Art. 71 O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe
multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto
e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
Art. 72 O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do
estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo:
I - Os objetivos e justificativos do projeto, sua relação e compatibilidade com
as políticas setoriais, planos e programas governamentais;
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as
matérias primas, e mão de obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os
prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem
gerados;
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área
de influência do projeto;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua
identificação, quantificação e interpretação;
V - a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como a
hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o
grau de alteração esperado;
VII - O cronograma de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e
comentários de ordem geral).
§ 1º O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua
compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por
mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se
possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências
ambientais de sua implementação.
§ 2º Todo RIMA que for elaborado para o licenciamento de atividade potencial
ou efetivamente poluidora/degradadora do meio ambiente no Município de Divino de São
Lourenço, deverá ser disponibilizado para o público em geral.
§ 3º A SEMMAM deve manifestar-se conclusivamente no âmbito de sua
competência sobre o EIA/RIMA em até 12 (doze) meses a contar da data do recebimento,
excluídos os períodos dedicados à prestação de informações complementares.
§ 4º Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta
com o projeto, receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação.
§ 5º Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e
apresentação do RIMA, a SEMMAM poderá determinar o prazo para recebimento dos
comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados, e sempre que julgar
necessário promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e
seus impactos ambientais e discussão do RIMA.
CAPÍTULO IV
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Art. 73 O licenciamento ambiental municipal é o procedimento
administrativo pelo qual a SEMMAM licencia a localização, instalação, operação e
ampliação de atividades e empreendimentos, a execução de planos, programas, projetos e
obras, bem como o uso e exploração dos recursos ambientais de qualquer espécie,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou capazes de, sob qualquer forma ou
intensidade, causar degradação ambiental, de impacto local, realizadas por pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, considerando as disposições gerais, regulamentares
e as normas técnicas aplicáveis ao caso, sem prejuízo de outras licenças legalmente
exigíveis.
§ 1º As atividades de impacto local previstas no “caput” deste artigo são
aquelas cujo impacto ambiental seja considerado restrito exclusivamente à área de
circunscrição territorial do Município de Divino de São Lourenço, conforme tipologia
definida pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, considerando os critérios de porte,
potencial poluidor e natureza da atividade.
§ 2º A competência da SEMMAM para o licenciamento ambiental abrange
também aquelas atividades não consideradas de impacto local que lhe foram formalmente
delegadas por outros entes federativos.
§ 3º Para a realização do procedimento administrativo de licenciamento
ambiental cabe ao Poder Executivo Municipal assegurar à SEMMAM:
I – disponibilidade de recursos humanos com capacidade técnica para atuar
na área ambiental;
II – disponibilidade de infraestrutura operacional adequada à concessão,
fiscalização e acompanhamento das autorizações e licenciamentos ambientais.
§ 4º No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar,
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de
empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e
ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a
outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.
§ 5º As empresas instaladas no âmbito do Município de Divino de São
Lourenço, passiveis de Licenciamento Ambiental Municipal ficam obrigadas a manter
vinculo, no mínimo, com um responsável técnico ambiental, que responderá pelas informações por ela prestadas, cuja atuação estará relacionada à elaboração do
licenciamento, prestar informações técnicas quanto ao atendimento de condicionantes e
acompanhar as atividades exercidas pelo empreendimento, no que tange à atividade
potencialmente poluidora ou degradadora e seus aspectos educativo-ambientais.
§ 6º O responsável técnico ambiental deverá ter habilitação e capacitação
técnica para dirimir sobre aspectos, impactos e controles ambientais pertinentes a atividade a
ser licenciada, devendo emitir Anotação de Responsabilidade Técnica – ART ou
equivalente.
Art. 74 Qualquer empreendimento com atuação no território do Município de
Divino de São Lourenço, licenciado no âmbito Federal ou Estadual, fica obrigado a
protocolar, na íntegra, cópia em formato de arquivo digital dos Estudos Ambientais
realizados na fase do licenciamento.
Art. 75 O licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos
potencialmente poluidores ou degradadores do meio ambiente conterá as seguintes
modalidades de licença e autorização ambiental:
I – LMP - Licença Municipal Prévia;
II – LMI - Licença Municipal de Instalação;
III – LMO - Licença Municipal de Operação;
IV – LMA - Licença Municipal de Ampliação;
V – LMR - Licença Municipal de Regularização;
VI – LMU - Licença Municipal Única;
VII – LMS - Licença Municipal Simplificada;
VIII – AMA - Autorização Municipal Ambiental.
Art. 76 A Licença Municipal Prévia - LMP será requerida pelo interessado
na fase inicial de planejamento do empreendimento ou atividade, contendo as informações e
requisitos básicos a serem atendidos para a sua viabilidade.
Parágrafo Único. A concessão da LMP não autoriza a intervenção no local
do empreendimento.
Art. 77 A Licença Municipal de Instalação - LMI é necessária para o início
da implantação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
Art. 78 A Licença Municipal de Operação – LMO autoriza a operação da
atividade e/ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinadas para a operação, sem prejuízo do acompanhamento do desenvolvimento das
atividades pela SEMMAM.
Art. 79 A Licença Municipal de Ampliação – LMA autoriza a etapa de
ampliação daqueles empreendimentos já licenciados e que pretendam apenas aumentar a
capacidade instalada e/ou de produção, sem que haja alteração e/ou inclusão de novas
atividades.
Parágrafo Único. Ao término da etapa de ampliação, o empreendimento ou a
atividade ampliada, deverá requerer nova licença municipal de operação contemplando a
atual capacidade instalada e/ou de produção
Art. 80 A Licença Municipal de Regularização – LMR é ato administrativo
pelo qual o órgão ambiental, mediante celebração prévia de termo de compromisso
ambiental, emite uma única licença, que consiste em todas as etapas do licenciamento, para
empreendimento ou atividade que já esteja em funcionamento ou em fase de implantação,
respeitando, de acordo com a fase, as exigências próprias das Licenças Prévia, de Instalação
e de Operação, estabelecendo as condições, restrições e medidas de controle ambiental,
adequando o empreendimento às normas ambientais vigentes.
Parágrafo Único. As atividades em funcionamento que se enquadrem em
licenciamento simplificado terão uma LMR com os mesmos requisitos da Licença
Simplificada.
Art. 81 A Licença Municipal Única - LMU é ato administrativo pelo qual o
órgão ambiental emite uma única licença estabelecendo as condições, restrições e medidas
de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor para empreendimentos
e/ou atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais,
independente do grau de impacto, mas que, por sua natureza, constituem-se tão somente na
fase de operação e que não se enquadram nas hipóteses de Licença Simplificada nem de
Autorização Ambiental.
Art. 82 A Licença Municipal Simplificada - LMS é ato administrativo de
procedimento simplificado pelo qual o órgão ambiental emite apenas uma licença, que
consiste em todas as fases do licenciamento, estabelecendo as condições, restrições e
medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor para
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos
ambientais consideradas de baixo impacto ambiental que se enquadrem na Classe
Simplificada, constantes de Instruções Normativas instituídas pela SEMMAM, bem como
em resoluções do CONSEMA.
Art.83 A Autorização Municipal Ambiental – AMA é ato administrativo
emitido em caráter precário e com limite temporal, mediante o qual o órgão competente
estabelece as condições de realização ou operação de empreendimentos, atividades,
pesquisas e serviços de caráter temporário ou para execução de obras que não caracterizem instalações permanentes e obras emergenciais de interesse público, ou ainda, para avaliar a
eficiência das medidas adotadas pelo empreendimento ou atividade.
Art. 84 As licenças ambientais poderão ser outorgadas de forma isolada,
sucessiva ou cumulativamente, de acordo com a natureza, característica e fase da atividade
ou serviço requerido do licenciamento.
Art. 85 No caso de irregularidades ligadas ao licenciamento, o empreendedor
ficará sujeito a sanções e penalidades previstas neste Código, inclusive a cassação da licença
ambiental, observadas a ampla defesa e o contraditório.
Art. 86. O Poder Executivo Municipal estabelecerá de forma objetiva o
procedimento adequado a cada atividade ou empreendimento, ressalvadas as peculiaridades
verificadas na situação concreta que, fundamentadamente, exijam outras providências à sua
regularização.
Art. 87 O Poder Executivo Municipal regulamentará por meio de Decreto o
licenciamento ambiental e estabelecerá prazos para análises de projetos, procedimentos,
emissão de licenças, prazo de validade das licenças emitidas e demais disposições.
Parágrafo Único- Para emissão dos respectivos licenciamentos deverá ser
respeitado os protocolos e só serão aceitos os respectivos processo feitos através dos
formulários padronizados deste órgão
SEÇÃO I
DA PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Art. 88 A participação pública no processo de licenciamento ambiental tem
caráter informativo e consultivo, servindo de subsídio para tomada de decisão do órgão
ambiental.
Parágrafo Único. São formas de participação pública no processo de
licenciamento ambiental:
I – Consulta Técnica;
Art. 89 A definição das formas de participação pública e demais
regulamentações serão estabelecidas em instrumento legal do Executivo Municipal,
observada a legislação federal e estadual.
SEÇÃO II
DA AUDITORIA AMBIENTAL
Art. 90 Para os efeitos deste Código denomina-se auditoria ambiental o
processo de inspeção, análise e avaliação sistemática das condições gerais e específicas de funcionamento das atividades dos serviços ou das obras causadoras de significativo impacto
ambiental, bem como de seus procedimentos e práticas ambientais, com o objetivo de:
I - verificar os níveis efetivos ou potenciais de poluição e degradação
ambiental, provocados pelas atividades ou obras auditadas;
II - verificar o cumprimento de normas ambientais federais, estaduais e
municipais;
III - examinar a política ambiental adotada pelo empreendedor, bem como o
atendimento aos padrões legais em vigor, objetivando preservar o meio ambiente e a sadia
qualidade de vida;
IV - avaliar os impactos sobre o meio ambiente causado por obras ou
atividades auditadas;
V - analisar as condições de operação e de manutenção dos equipamentos e
sistema de controle das fontes poluidoras e degradadoras;
VI - examinar, através de padrões e normas de operação e manutenção, a
capacitação dos operadores e a qualidade do desempenho da operação e manutenção dos
sistemas, rotinas, instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente;
VII - identificar riscos de prováveis acidentes e de emissões contínuas, que
possam afetar, direta ou indiretamente, a saúde da população residente na área de influência;
VIII - analisar as medidas adotadas para a correção e/ou compensação de não
conformidades legais detectadas em auditorias ambientais anteriores, tendo como objetivo a
preservação do meio ambiente e a sadia qualidade de vida.
Parágrafo Único. As medidas referidas no inciso VIII deste artigo deverão
ter o prazo para a sua implantação, a partir da proposta do empreendedor, determinado pela
SEMMAM, a quem caberá, também, a fiscalização e aprovação.
Art. 91 A SEMMAM poderá determinar os responsáveis pela atividade
efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora a realização de auditorias ambientais
periódicas ou ocasionais, estabelecendo diretrizes e prazos específicos.
Parágrafo Único Nos casos de auditorias periódicas, os procedimentos
relacionados à elaboração das diretrizes a que se refere o caput deste artigo deverão incluir a
consulta aos responsáveis por sua realização e à comunidade afetada, decorrente do
resultado de auditorias anteriores.
Art. 92 As auditorias ambientais serão realizadas por conta e ônus da
empresa a ser auditada, por equipe técnica ou empresa de sua livre escolha, devidamente
cadastrada no órgão ambiental municipal e acompanhada, a critério da SEMMAM, por
servidor público, técnico da área de meio ambiente.
§ 1º Antes de dar início ao processo de auditoria, a empresa comunicará a
SEMMAM, a equipe técnica ou empresa contratada que realizará a auditoria.
§ 2o A omissão ou sonegação de informações relevantes descredenciarão os
responsáveis para a realização de novas auditorias, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos,
sendo o fato comunicado ao Ministério Público para as medidas judiciais cabíveis.
Art. 93 Deverão, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais periódicas,
nas atividades de elevado potencial poluidor e degradador, entre as quais:
I - os terminais de petróleo e seus derivados, e álcool carburante;
II - as instalações Barragens de fins hidrelétricos;
III - as indústrias ferro-siderúrgico;
IV - as indústrias petroquímicas;
V - as centrais termoelétricas;
VI - atividades extratoras ou extrativistas de recursos naturais;
VII - as instalações destinadas à estocagem de substância tóxica e perigosa;
VIII - as instalações de processamento e de disposição final de resíduos
tóxicos ou perigosos;
IX - as instalações industriais, comerciais ou recreativas, cujas atividades
gerem poluentes em desacordo com critérios, diretrizes e padrões normatizados;
X - as fábricas de cimento;
XI - aterros sanitários, industriais e hospitalares;
XII - indústrias cerâmicas e assemelhadas;
XIII - indústrias mecânicas;
XIV - indústrias de bebidas;
XV - indústria moveleira;
XVI - indústria do vestiário e artefatos de tecidos;
XVII - indústrias, comércio de serviços de natureza potencialmente poluidora
ou degradadora caracterizada em normas brasileiras;
XVIII - as empresas de transporte de carga e passageiros;
XIX - postos de comercialização de derivados de petróleo e lavagem e
lubrificação de veículos automotores;
XX - ou qualquer outro empreendimento que a SEMMAM ou o COMDEMA,
de forma fundamentada, manifestar a necessidade de realização da auditoria ambiental.
§ 1o Para os casos previstos neste artigo, o intervalo máximo entre as
auditorias ambientais periódicas será de 3 (três) anos.
§ 2o Sempre que constatadas infrações aos regulamentos federais, estaduais e
municipais de proteção ao meio ambiente, deverão ser realizadas auditorias periódicas sobre
os aspectos a eles relacionados, até a correção das irregularidades, independentemente de
aplicação de penalidade administrativa e da provação de ação civil pública.
Art. 94 O não atendimento à realização da auditoria nos prazos e condições
determinados caracterizará infração ambiental, sujeitando o infrator à pena pecuniária e,
quando cabível, interdição da atividade, independentemente de aplicação de outras
penalidades legais já previstas.
Art. 95 Tratando-se de atividades sujeitas à auditoria ambiental no âmbito
federal ou estadual poderá a SEMMAM dispensar a realização de auditoria ambiental
municipal.
Parágrafo Único. Ante a constatação de indícios de irregularidades nas
atividades sujeitas à auditoria ambiental, poderá a SEMMAM, a qualquer tempo, exigir a
realização de nova auditoria.
SEÇÃO III
DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Art. 96 Estão sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos:
§ 1º - os geradores de resíduos sólidos classificados como:
I - resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana;
I - resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana;
II - resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
III - resíduos de serviços de saúde:
III - resíduos de serviços de saúde:
a) aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de
natureza médico-assistencial humana ou animal;
b) aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou
experimentação na área de farmacologia e saúde;
c) medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados;
d) aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina
legal; e
e) aqueles provenientes de barreiras sanitárias.
IV - resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
§ 2º - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
I - gerem resíduos perigosos;
II - gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares;
III – gerem resíduos acima de 120 (cento e vinte) litros por dia.
§ 3º - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama.
§ 4º - os responsáveis pelos terminas e outras instalações de serviços de
transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
ferroviários e empresas de transporte.
§ 5º - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris.
Art. 97. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte
conteúdo mínimo:
I - descrição do empreendimento ou atividade;
II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a
origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles
relacionados;
III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do
SNVS e do SUASA e, se houver o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos
sólidos;
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do
gerenciamento de resíduos sólidos sob-responsabilidade do gerador
IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros
geradores;
V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de
gerenciamento incorreto ou acidentes;
VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de
resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e
do Suasa, à reutilização e reciclagem;
VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida dos produtos;
VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida dos produtos;
VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos
sólidos;
IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência
da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.
§ 1º - O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto no
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos do respectivo Município, sem
prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa.
§ 2º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos não obsta a elaboração, a implementação ou a operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos.
Art. 98 Para a elaboração, implementação, operacionalização e
monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas
incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, será designado
responsável técnico devidamente habilitado.
Art. 99 Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos
manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente, e a outras autoridades,
informações completas sobre a implementação e a operacionalização do plano sob sua
responsabilidade.
Parágrafo Único. Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de
outras exigências cabíveis por parte das autoridades, será elaborado e apresentado relatório
de manifesto de recolhimento de transporte e deposição final de resíduo emitido por empresa
licenciada para este fim, no mínimo, com período anual.
Art. 100 O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do
processo de licenciamento ambiental do empreendimento.
Parágrafo Único. Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a
licenciamento ambiental, a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à
SEMMAM.
CAPÍTULO V
DO FUNDO MUNICIPAL DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE
Art. 101 O Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente – FUMDEMA se
destina, à implementação de programas, planos e projetos de recuperação, conservação,
pesquisa e educação ambiental, da Política Municipal de Meio Ambiente, bem como para a aquisição de bens duráveis que sejam necessários para a sua execução, vedada a utilização
para o pagamento de pessoal da administração direta e indireta.
Parágrafo Único. O uso dos recursos que trata o caput deste artigo será
utilizado de forma suplementar quando não executado pela administração pública municipal.
Art. 102 O FUMDEMA será constituído por:
I – transferências da União, do Estado e de suas respectivas autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações;
II - dotações orçamentárias específicas do Município;
III - produto resultante de convênios, contratos e acordos celebrados com
entidades públicas ou privadas, nacionais e internacionais;
IV - rendas provenientes de multa administrativa por infrações às normas
ambientais;
V - recolhimentos feitos por pessoa física ou jurídica correspondente ao
pagamento de fornecimento de mudas e prestação de serviços de assessoria, treinamento e
licenciamento ambiental;
VI - receitas resultantes de doações, legados, contribuições em dinheiro,
valores, bens móveis e imóveis que venha a receber de pessoas físicas ou jurídicas ou de
organismos públicos e privados, nacionais e internacionais;
VII - rendimentos provenientes de suas aplicações financeiras;
VIII - recursos provenientes de compensação ambiental;
IX – renda proveniente de taxas de licenciamento ambiental;
X - outros recursos, créditos, royalties e rendas que lhes possam ser
destinados, inclusive aqueles previstos em legislação específica.
Parágrafo Único. Os recursos do FUMDEMA serão alocados de acordo com
as diretrizes e metas do Plano Estratégico e do Plano de Ação do Meio Ambiente, a ser
aprovado pelo COMDEMA.
Art. 103 O FUMDEMA será gerido pela SEMMAM, a quem caberá:
I - estabelecer e implementar a política de aplicação dos recursos do
FUMDEMA através do Plano Estratégico e do Plano de Ação do Meio Ambiente, ouvido o
COMDEMA;
II - elaborar proposta orçamentária do FUMDEMA, observados o Plano
Plurianual – PPA, a Lei das Diretrizes Orçamentárias e demais normas e padrões
estabelecidos na legislação pertinente;
III - ordenar e controlar as despesas do FUMDEMA;
IV - aprovar os balancetes mensais de receita e de despesa e o Balanço Geral
do FUMDEMA;
V - encaminhar o Relatório de atividades e as prestações de contas anuais ao
COMDEMA;
VI - firmar convênios e contratos referentes aos recursos do FUMDEMA.
Art. 104 A SEMMAM, para exercer a gestão administrativa, financeira e
contábil usará os recursos humanos da Prefeitura Municipal de Divino de São Lourenço
§ 1o Deverá ser criado por ato normativo à comissão de gestão do
FUMDEMA (CGF), constituído por três membros da administração municipal.
§ 2o A CGF terá as seguintes atribuições e competências:
I - elaborar o Plano de Ação e a Proposta Orçamentária do FUMDEMA;
II - elaborar os balancetes mensais e balanço anual do FUMDEMA;
III - elaborar o Relatório de atividades e as prestações de conta anuais,
contendo balancetes das operações financeiras e patrimoniais, extratos bancários e
respectivas conciliações, relatório de despesa do FUMDEMA e balanço anual;
IV - providenciar liberações dos recursos relativos ao projeto de atividades;
V - analisar, emitir parecer conclusivo e submeter à Secretaria Municipal de
Meio Ambiente os projetos e atividades apresentados ao FUMDEMA;
VI - acompanhar e controlar a execução dos projetos e atividades aprovadas
pelo FUMDEMA, receber e analisar seus relatórios e prestação de contas correspondente;
VII - coordenar e desenvolver as atividades administrativas necessárias ao
funcionamento do FUMDEMA
VIII - promover os registros contábeis, financeiros e patrimoniais do
FUMDEMA, e o inventário dos bens;
IX - elaborar e manter atualizado o programa financeiro de despesas e
pagamentos que deverão ser autorizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos Naturais;
X - manter os controles necessários para captação, recolhimento ou aplicação
dos recursos do FUMDEMA;
XI - elaborar os relatórios de gestão administrativa e financeira dos recursos
alocados ao FUMDEMA
XII - elaborar propostas de convênios, acordos e contratos a serem firmados
entre a SEMMAM e entidades públicas ou privadas, em consonância com os objetivos do
FUMDEMA;
XIII - elaborar e submeter ao COMDEMA, o Regimento Interno de
funcionamento do FUMDEMA.
§ 2o Os recursos do FUMDEMA serão depositados em conta específica, de
acordo com as normas estabelecidas pela Secretaria Municipal de Finanças.
CAPÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 105 A educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação municipal, e será ordenada através da Política Municipal de Educação Ambiental,
de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não formal.
Parágrafo Único. A Política Municipal de Educação Ambiental será
instituída por legislação específica
Art. 106 O Setor de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio
ambiente e Recursos Hídricos Naturais - SEMMAM fomentará através da Educação
Ambiental a construção da cidadania ambiental, junto com a Secretaria Municipal de
Educação, Secretaria Municipal de Ação Social, Secretaria Municipal de Cultura e a
sociedade, formando agentes multiplicadores – Agentes Ambientais Comunitários, para
atuarem em parceria na busca de soluções locais das questões socioambientais globais.
CAPÍTULO VII
DAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS
Art. 107 As informações ambientais, no que tange às licenças ambientais
requeridas e expedidas, consultores ambientais cadastrados, legislação ambiental municipal,
projetos em andamento e outros, serão disponibilizados online por meio do sistema online.
Este sistema será organizado e administrado pela SEMMAM, com o objetivo de garantir o
amplo acesso dos interessados às informações referentes aos profissionais, empresas e
entidades que atuam na área de meio ambiente e permitir o conhecimento sistematizado das
atividades potencialmente poluidoras existentes no Município
CAPÍTULO VIII
DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
Art. 108 A compensação ambiental é um mecanismo de compensação pelos
efeitos de impactos ambientais ocorridos quando da implantação ou operação de
empreendimentos, bem como decorrentes de degradações ou danos ambientais.
Art. 109 Cabe à SEMMAM avaliar o grau de impacto ambiental causado pela
instalação ou operação de cada atividade ou empreendimento, assim como aquele decorrente
de degradação ou dano ambiental.
Art. 110 Os critérios, parâmetros, cálculos e forma de avaliação da
compensação ambiental, assim como as condições de seu cumprimento, serão definidos em
Decreto do Executivo Municipal, observado o disposto na legislação pertinente.
TÍTULO II
DO CONTROLE AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 111 O controle ambiental no Município será realizado através do
licenciamento ambiental, fiscalização, monitoramento e auditoria ambiental de atividades e
empreendimentos potencial ou efetivamente poluidores ou causadores de degradação do
meio ambiente.
§ 1º Os padrões de qualidade ambiental deverão ser expressos
quantitativamente, indicando as concentrações máximas de poluentes suportáveis em
determinados ambientes, devendo ser respeitados os indicadores ambientais de condições de
autodepuração do corpo receptor.
§ 2º Os padrões de qualidade ambiental incluirão, entre outros, a qualidade do
ar, das águas, do solo e a emissão de ruídos
Art.112 Os padrões e parâmetros de emissão e de qualidade ambiental são
aqueles estabelecidos pelos Poderes Públicos Municipal, Estadual e Federal, podendo o
Município estabelecer padrões locais mais restritivos, fundamentados em parecer elaborado
pela SEMMAM e aprovado pelo COMDEMA.
Art. 113 O lançamento ou a liberação nas águas, no ar, no solo, de toda e
qualquer forma de matéria ou energia que cause poluição ou degradação ambiental, está
submetido às restrições estabelecidas pela legislação ambiental.
Art. 114 As pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as empresas e entidades
públicas da administração indireta, cujas atividades sejam potencial ou efetivamente
poluidoras ou degradadoras do meio ambiente, ficam obrigadas ao cadastro junto a
SEMMAM.
Art. 115 Não será permitida a concessão ou renovação de quaisquer licenças
ou autorizações ambientais, cujo empreendimento esteja em débito com o Município.
§ 1º A solicitação de licença ou autorização ambiental deverá estar
devidamente acompanhada da Certidão Negativa de Débitos Municipais.
§ 2º Aplica-se ao caput o débito, devidamente transitado em julgado,
decorrente da aplicação de penalidade por infração à legislação ambiental.
Art. 116 No exercício da fiscalização, quando o licenciamento for de
competência estadual ou federal, a SEMMAM poderá exigir estudos ou ações suplementares
não contempladas no licenciamento.
CAPÍTULO II
DO AR
Art. 117 A qualidade do ar deverá ser mantida em conformidade com os
padrões e normas de emissão definidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA, e os estabelecidos pela legislação estadual e municipal.
Art. 118 Quando da implantação da política municipal de controle da
poluição atmosférica, deverão ser observadas as seguintes diretrizes:
I – a exigência de adoção das melhores tecnologias de controle de emissões
relativas às atividades industriais, de comércio e de fontes móveis de emissões atmosféricas,
de forma a assegurar a redução progressiva dos níveis de poluição;
II – melhoria na qualidade ou substituição dos combustíveis e otimização da
eficiência do balanço energético;
III – proibição de implantação ou expansão de qualquer atividade que possa
resultar na violação dos padrões fixados;
IV – adoção de um sistema de monitoramento periódico ou contínuo das
fontes por parte dos empreendimentos responsáveis, sem afetar, no entanto, qualquer ação
fiscalizadora da SEMMAM;
V – reunião dos instrumentos e equipamentos utilizados no monitoramento da
qualidade do ar, organizados numa única rede, de forma a gerar informações confiáveis e
proporcionar melhores condições para o controle feito pela SEMMAM;
VI – adoção de procedimentos operacionais adequados, que visem, sobretudo,
prevenir problemas em equipamentos de controle da poluição e gerar dados rápidos para
intervenções corretivas rotineiras e de emergência;
VII – realização do processo de licenciamento de implantação de fontes que
gerem emissões, mediante a localização em áreas mais propícias à dispersão atmosférica,
mantendo as distâncias mínimas em relação a outras instalações urbanas, principalmente
acerca de hospitais, creches, escolas, residências e áreas naturais protegidas.
Art. 119 Deverão ser cumpridos, entre outros, os seguintes procedimentos
gerais para o controle de emissão de material particulado:
I - na estocagem a céu aberto de materiais que possam gerar emissão por
transporte eólico:
a) disposição das pilhas feita de modo a tornar mínimo o arraste eólico;
b) umidade mínima da superfície das pilhas, ou cobertura das superfícies por
materiais ou substâncias selantes ou outras técnicas comprovadas que impeçam a emissão
visível de poeira por arraste eólico;
c) a arborização das áreas circunvizinhas compatíveis com a altura das pilhas,
de modo a reduzir a velocidade dos ventos incidentes sobre as mesmas
II - as vias de tráfego interno das instalações comerciais e industriais deverão
ser pavimentadas, ou lavadas, ou umectadas com a frequência necessária para evitar
acúmulo de partículas sujeitas a arraste eólico;
III - sempre que tecnicamente possível, os locais de estocagem e transferência
de materiais que possam estar sujeitos ao arraste pela ação dos ventos, deverão ser mantidos
sob cobertura, ou enclausurados ou outras técnicas comprovadas;
IV - as chaminés, equipamentos de controle de poluição do ar e outras
instalações que se constituam em fontes de emissão, efetivas ou potenciais, deverão ser
construídas ou adaptadas para permitir o acesso de técnicos encarregados de avaliações
relacionadas ao controle da poluição.
Art. 120 Ficam vedadas:
I - a queima ao ar livre de materiais que comprometam de alguma forma o
meio ambiente ou a sadia qualidade de vida;
II - a emissão visível de poeiras, névoas e gases, excetuando-se o vapor
d’água, em qualquer operação de britagem, moagem e estocagem;
III - a emissão de odores que possam criar incômodos à população, desde que
não controladas;
IV - a emissão de substâncias tóxicas, conforme enunciado em legislação
específica;
V - a transferência ou transporte de materiais que possam provocar emissões
de poluentes atmosféricos acima dos padrões estabelecidos pela legislação.
Art. 121 As fontes de emissão deverão, a critério técnico fundamentado da
SEMMAM, apresentar relatórios periódicos de medição, dos quais deverão constar os
resultados dos diversos parâmetros ambientais, a descrição da manutenção dos
equipamentos, bem como a representatividade destes parâmetros em relação aos níveis de
produção.
Parágrafo Único. A SEMMAM estabelecerá, em análise a cada atividade ou
empreendimento, os prazos para apresentação dos relatórios periódicos de medição.
Art. 122 Todas as fontes de emissão existentes no Município deverão se
adequar ao disposto neste Código, nos prazos estabelecidos pela SEMMAM.
Art. 123 Decreto do Executivo Municipal estabelecerá os padrões de
monitoramento e controle da qualidade do ar, observadas as normas federais, estaduais e
municipais, em especial o disposto neste Código.
CAPÍTULO III
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 124 A proteção do solo no Município visa:
I - garantir o uso racional do solo urbano, através dos instrumentos de gestão
competentes, observadas as diretrizes ambientais contidas no Plano Diretor Municipal;
II – garantir o uso sustentável do solo nos ecossistemas naturais e atividades
rurais;
III – garantir a utilização do solo cultivável, por intermédio de adequado
planejamento, desenvolvimento, fomento e disseminação de tecnologias e manejos;
IV – priorizar o controle da erosão, a contenção de encostas e o
reflorestamento das áreas degradadas;
V – priorizar a utilização de controle biológico de pragas e doenças;
VI – garantir a conservação do solo em áreas com cobertura de vegetação
nativa.
Art. 125 A disposição de quaisquer resíduos no solo, sejam líquidos, gasosos
ou sólidos, só será permitida mediante comprovação de sua degradabilidade e da capacidade
do solo de autodepurar-se, observando-se a legislação municipal, estadual e federal, e ainda
os seguintes aspectos:
I - capacidade de percolação;
II - garantia de não contaminação dos recursos hídricos;
III - limitação e controle da área afetada;
IV - reversibilidade dos efeitos negativos.
Parágrafo Único. Fica estabelecida como pré-requisito a apresentação de
alvará sanitário, e de funcionamento, com detalhamento de capacidade de público instalada,
para eventos e festivais particulares ou público.
CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS MINERAIS
Art. 126 Cabe à SEMMAM, respeitada a competência Estadual e Federal,
registrar, licenciar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa, exploração e
beneficiamento dos recursos minerais no Município de Divino de São Lourenço.
Art. 127 A extração e o beneficiamento de minerais só poderão ser realizados
mediante a apresentação, no mínimo, do Plano de Controle Ambiental e do Plano de
Recuperação de Área Degradada, sem prejuízo de outros estudos ou projetos que poderão
ser exigidos pelo órgão ambiental.
Parágrafo Único. Tratando-se de beneficiamento dentro do perímetro urbano
do Município, caberá à SEMMAM definir a necessidade de exigência do Plano de
Recuperação de Área Degradada ou outro estudo.
Art. 128 As atividades que utilizam o emprego de explosivos dependerão do
certificado de registro no órgão federal competente, sem prejuízo de outros documentos e
informações exigidas pela SEMMAM para a concessão de licenciamento ambiental.
CAPÍTULO V
DO CONTROLE DAS SUBSTÂNCIAS E PRODUTOS PERIGOSOS
Art. 129 É dever do Poder Público controlar e fiscalizar a produção, a
estocagem, o transporte, a comercialização, a utilização e a destinação de substâncias ou
produtos perigosos, bem como as técnicas, os métodos e as instalações que comportem risco
efetivo ou potencial para a sadia qualidade de vida e do meio ambiente.
Art. 130 São considerados substâncias ou produtos perigosos, para os efeitos
deste Código, aqueles efetiva ou potencialmente nocivos à população, aos bens e ao meio
ambiente, assim definidos e classificados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, pelo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, e outros que o
COMDEMA considerar.
Art. 131 São vedados no Município:
I - o lançamento de esgoto in natura, em corpos d’água;
II - a fabricação, comercialização, transporte, armazenamento e utilização de
armas químicas e biológicas;
III - a instalação de depósitos de explosivos em locais não permitidos pelo
Plano Diretor Municipal ou Lei de Uso e Ocupação do Solo;
IV - a utilização de metais pesados em quaisquer processos de extração,
produção e beneficiamento, quando não submetidos a licenciamento ambiental prévio.
Art. 132 Compete ao gerador de resíduos perigosos, qualquer que seja a sua
natureza, a responsabilidade por seu acondicionamento, coleta, tratamento e destinação final.
Art. 133 Os veículos, as embalagens e os procedimentos de transporte de
substâncias ou produtos perigosos devem seguir as normas pertinentes da ABNT e a
legislação em vigor, bem como estar em perfeito estado de conservação, manutenção e
regularidade, além de devidamente sinalizados e identificados.
Art. 134 O uso de vias urbanas, férreas e marítimas do Município para o
transporte de substâncias ou produtos perigosos obedecerá aos critérios estabelecidos pelas
legislações federais, estaduais e municipais pertinentes, e em especial nas normas expedidas
pelo CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito.
Art. 135 Deverá o empreendedor elaborar e submeter à apreciação da
SEMMAM o Plano de Emergência e Contingência de Acidentes acerca das substâncias e
produtos perigosos.
CAPÍTULO VI
DOS RECURSOS HÍDRICOS
Art. 136 A Política Municipal de controle de poluição e manejo dos recursos
hídricos objetiva:
I – proteger a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da população;
II – proteger, conservar e recuperar os ecossistemas aquáticos, com especial
atenção para as áreas de nascentes, os manguezais, os estuários e outras, relevantes para a
manutenção dos ciclos biológicos;
III - reduzir, progressivamente, a toxicidade e as quantidades dos poluentes
lançados nos corpos d’água;
IV – compatibilizar e controlar os usos efetivos e potenciais da água, tanto
qualitativa quanto quantitativamente;
V – controlar os processos erosivos que resultem no transporte de sólidos, no
assoreamento dos corpos d’água;
VI – assegurar o acesso e o uso público legalmente previsto às águas
superficiais, subterrâneas e costeiras;
VII – assegurar a eficiência do tratamento dos efluentes líquidos, visando
preservar a qualidade dos recursos hídricos;
VIII – estimular a redução de consumo e o reuso, total ou parcial, das
águas residuárias geradas nos processos industriais, agrícolas e nas atividades domésticas do Município e as águas pluviais coletadas pelos sistemas de drenagem dos estabelecimentos,
respeitados os critérios seguros à saúde pública e ao meio ambiente.
Art. 137 As diretrizes deste Código aplicam-se a lançamentos de quaisquer
efluentes líquidos provenientes de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras
localizadas no Município de Divino de São Lourenço, em águas interiores, superficiais ou
subterrâneas, diretamente ou por meio de quaisquer meios de lançamento, incluindo redes de
coleta e emissários
Art. 138 É vedado o despejo de qualquer efluente ou resíduo sólido, líquido
ou gasoso ou qualquer forma de energia que possa contaminar ou alterar a qualidade das
águas e os usos estabelecidos conforme a classe de enquadramento, causando danos ou
colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente ou o comprometimento de seu
emprego para outros usos.
Parágrafo Único. Os efluentes de que trata o caput deste artigo só poderão
ser despejados nos recursos hídricos existentes no Município quando submetidos a
tratamentos que evitem a contaminação ou alteração da qualidade das águas, bem como o
livre trânsito de espécies migratórias, conforme a legislação vigente, exceto na zona de
mistura.
Art. 139 Os critérios e padrões estabelecidos na legislação deverão ser
atendidos, também, por etapas ou áreas específicas do processo de produção ou geração de
efluentes, de forma a impedir a sua diluição, inclusive com águas não poluídas, e assegurar a
redução das cargas poluidoras totais.
Art. 140 Atividades efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras
implantarão programas de monitoramento de efluentes e de qualidade ambiental em suas
áreas de influência, previamente estabelecidos ou aprovados pela SEMMAM.
§ 1º A coleta e análise dos efluentes líquidos deverão ser baseados em
metodologias reconhecidas e aprovadas pela SEMMAM e realizadas em laboratórios
licenciados e credenciados pelos órgãos competentes.
§ 2º Todas as avaliações relacionadas aos lançamentos de efluentes líquidos
deverão ser feitas para as condições de dispersão mais desfavoráveis, sempre incluída a
previsão de margens de segurança
§ 3º Os técnicos da SEMMAM terão acesso a todas as fases do
monitoramento a que se refere o caput deste artigo, incluindo os procedimentos
laboratoriais.
§ 4º Realizado o monitoramento, deverá o empreendedor apresentar medidas
técnicas alternativas que visem o reaproveitamento das águas residuárias, de forma integral
ou parcial, considerando os preceitos estabelecidos pela legislação municipal vigente, ou na
sua falta, seguindo os padrões estaduais e federais.
Art. 141 As áreas de mistura de efluentes líquidos que estiveram fora dos
padrões de qualidade ambiental, respeitadas as características do corpo receptor, receberão classificação específica visando a sua recuperação para atendimento dos padrões
estabelecidos
Art. 142 A captação de água, interior ou costeira, superficial ou subterrânea,
deverá atender os requisitos estabelecidos pela legislação específica, sem prejuízo das
demais exigências legais, a critério técnico da SEMMAM.
Art. 143 Onde não existir rede pública de abastecimento de água, poderá ser
adotada solução individual, com a captação de água superficial ou subterrânea, observada a
necessidade de outorga pelo uso da água.
Art. 144 A critério da SEMMAM, as atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras deverão implantar bacias de acumulação ou outro sistema com capacidade para
águas de drenagem, de forma a assegurar o seu tratamento adequado.
Parágrafo Único. O disposto no caput deste artigo aplica-se às águas de
drenagem correspondentes à precipitação de um período inicial de chuvas a ser definido em
função das concentrações e das cargas de poluentes.
CAPÍTULO VII
DA POLUIÇÃO SONORA
Art. 145 Considera-se poluição sonora a emissão de sons, ruídos e vibrações
em decorrência de atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços, domésticas,
sociais, institucionais, de trânsito e de obras públicas ou privadas que causem desconforto ou
que direta ou indiretamente sejam ofensivas à saúde, à segurança e ao bem estar da
coletividade ou, simplesmente, excedam os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de
Transito - CONTRAN, Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, pelas
resoluções do CONAMA e demais dispositivos legais em vigor, no interesse da saúde, da
segurança e do sossego público.
Art. 146 Compete à SEMMAM:
I - elaborar a carta acústica do Município de Divino de São Lourenço;
II - a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição sonora no Município
de Divino de São Lourenço juntamente com demais órgãos.
Parágrafo Único. No exercício do controle e fiscalização, poderá a
SEMMAM exigir dos responsáveis por qualquer fonte de poluição sonora a apresentação de
laudos de medições e relatórios.
Art. 147 As atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços,
domésticas, sociais, institucionais, de trânsito e de obras públicas ou privadas geradoras de
poluição sonora, terão que se adequar aos padrões estabelecidos pela legislação ambiental
vigente.
ART. 148 Os eventos sonoros ininterruptos e que passem dos horários
estabelecidos, ficam proibidos nos ambitos desta municipalidade principalmente em áreas de preservação e conservação ambiental, e em consonância com a lei 395/2011 em seu capitulo
II do código de postura desta municipalidade.
CAPÍTULO VIII
DA POLUIÇÃO VISUAL
Art. 149 Considera-se poluição visual qualquer interferência artificial
(antrópica) que direta ou indiretamente provoque efeitos negativos na paisagem artificial ou
natural, no meio urbano ou rural.
Art. 150 Compete à SEMMAM a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição visual no Município de Divino de São Lourenço, inclusive aquela provocada por
meios de divulgação, tais como, letreiros, quadros, placas, painéis, outdoor, tabuletas,
cartazes, emblemas, faixas, folhetos, prospectos, avisos, anúncios, mostruários, luminosos
ou não, feitos por qualquer modo, processo ou engenho, suspensos, distribuídos, afixados ou
pintados.
Art. 151 O assentamento físico dos meios de divulgação nos logradouros
públicos só será permitido nas seguintes condições:
I - quando contiver anúncio institucional;
II - quando contiver anúncio orientador;
III – quando não dificultar o tráfego de veículos ou pedestres.
Art. 152 São considerados anúncios quaisquer indicações executadas sobre
meios de divulgação presentes na paisagem, visíveis nos logradouros públicos, cuja
finalidade seja a de promover estabelecimentos comerciais, industriais ou profissionais,
empresas, produtos de quaisquer espécies, ideias, pessoa ou coisas, classificando-se em:
I - anúncio indicativo: indica ou identifica estabelecimentos, propriedades ou
serviços;
II - anúncio promocional: promove estabelecimentos, empresas, produtos,
marcas, pessoas, ideias ou coisas;
III - anúncio institucional: transmite informações do poder público,
organismos culturais, entidades representativas da sociedade civil, entidades beneficentes e
similares, sem finalidade comercial;
IV - anúncio orientador: transmite mensagens de orientações, tais como de
tráfego ou de alerta;
V - anúncio misto: é aquele que transmite mais de um dos tipos anteriormente
definidos.
Art. 153 É vedado no Município de Divino de São Lourenço a utilização de
cercas, muros, tapumes ou paredes de prédios públicos ou privados, bem como
equipamentos e mobiliários públicos, como meios de divulgação.
Parágrafo Único. As cercas, muros e paredes do estabelecimento somente
poderão ser utilizados para anúncios indicativo ou promocional do próprio empreendimento
Art. 154 As disposições estabelecidas neste Capítulo não afastam as demais
exigências previstas na legislação municipal.
CAPÍTULO X
DO SANEAMENTO BÁSICO
Art. 156 As medidas referentes ao saneamento básico essencial à proteção do
meio ambiente e à saúde pública constituem obrigação do Poder Público, cabendo-lhe a
elaboração da sua política municipal de saneamento e dos planos municipais de resíduos
sólidos, esgotamento sanitário e drenagem no exercício da sua atividade cumprindo as
determinações legais.
Art. 157 Os serviços de saneamento básico, tais como os sistemas de
abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de limpeza pública, de drenagem, de
coleta e de destinação e deposição final de resíduos sólidos e de líquidos industriais,
operados por órgãos e entidades de qualquer natureza, estão sujeitos ao monitoramento da
SEMMAM, sem prejuízo daquele exercido por outros órgãos competentes, observado o
disposto nesta Lei, no seu regulamento e nas normas técnicas federais e estaduais correlatas.
Parágrafo Único. A construção, reconstrução, ampliação e operação de
sistemas de saneamento básico deverão possuir anuência da SEMMAM e demais órgãos
competentes.
Art. 158 É obrigação do proprietário ou do usuário do imóvel a implantação
de adequadas instalações hidrossanitárias, cabendo-lhes a necessária conservação.
Art. 159 É obrigatória a existência de instalações sanitárias adequadas nas
edificações e a sua ligação à rede coletora de esgotamento sanitário, quando existente.
Art. 160 Quando não existir rede coletora de esgoto doméstico, deverá ser
construído sistema de tratamento sanitário individual, estando sujeitos à aprovação da
SEMMA, sem prejuízo da competência de outros órgãos para fiscalizar sua manutenção,
vedado o lançamento de esgotos in natura a céu aberto ou na rede de águas pluviais.
Art. 161 Não é permitido o lançamento de água de chuva na rede de
esgotamento sanitário ou a permanência de água estagnada nos terrenos urbanos, edificados
ou não, bem como em pátios dos prédios situados no Município.
Art. 162 A coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final de resíduos
sólidos processar-se-ão em condições que não tragam prejuízo à saúde, ao bem-estar público
e ao meio ambiente, observando-se as normas federais, estaduais e municipais.
Art. 163 É expressamente proibido:
I – a disposição de resíduos sólidos em locais que não dispõem de licença
ambiental;
II – a queima e a disposição final dos resíduos sólidos a céu aberto;
III – o lançamento de resíduos sólidos em águas de superfície (rios e lagoas),
sistemas de drenagem, poços e áreas naturais.
Art. 164 É obrigatória à disposição final em aterro especial para resíduos de
serviços de saúde e industriais, ou sua incineração, em atividades licenciadas para esse fim,
bem como, sua adequada triagem, coleta e transporte especial, em atendimento à legislação
federal, estadual e municipal.
Parágrafo Único. Caberá ao responsável legal dos estabelecimentos
industriais e de saúde, a responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a
geração até a disposição final, de forma a atender os requisitos ambientais e de saúde
pública, sem prejuízo da responsabilidade civil, penal e administrativa de outros sujeitos
envolvidos, em especial os transportadores e depositários finais.
Art. 165 A construção civil deverá empregar técnicas de construção que
gerem menor volume de resíduos, sendo obrigatória a destinação final desses resíduos a
aterros específicos, devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente.
§ 1º Cabe às empresas da construção civil a elaboração de planos de
gerenciamento de resíduos da construção civil que privilegiem a reciclagem e a reutilização
dos resíduos
§ 2º O Poder Público Municipal incentivará a realização de estudos, projetos
e atividades que proponham a reciclagem dos resíduos sólidos junto à iniciativa privada e às
organizações da sociedade civil.
Art. 166 As pessoas físicas ou jurídicas que sejam prestadoras de serviços de
coleta de resíduos sólidos da construção civil, desentupidoras (limpa-fossa), limpeza de
galerias e de canais ficam obrigadas a cadastrar-se e licenciar-se na SEMMA ou no órgão
ambiental competente.
Art. 167 O Município deverá implantar O plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos e sistema de coleta, tratamento e destinação dos resíduos
sólidos urbanos, incluindo coleta seletiva, segregação, reciclagem, compostagem e outras
técnicas que promovam a redução do volume total dos resíduos sólidos gerados.
Art. 168 A disposição de quaisquer resíduos no solo, sejam líquidos, gasosos
ou sólidos, só será permitida mediante comprovação de sua degradabilidade e da capacidade
do solo de autodepurar-se, levando-se em conta os seguintes aspectos:
I - capacidade de percolação;
II - garantia de não contaminação dos aquíferos subterrâneos;
III - limitação e controle da área afetada;
IV - reversibilidade dos efeitos negativos.
CAPÍTULO XI
DO PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 169 Poder de Polícia Ambiental é a atividade da Administração Pública
Municipal que limita ou disciplina direitos, interesses ou liberdade, regula a prática de ato ou
a sua abstenção, em razão de interesse público concernente à proteção, controle, preservação
e conservação do meio ambiente, melhoria da qualidade de vida e à saúde da população, nos
limites estabelecidos na legislação ambiental vigente.
Art. 170 A fiscalização do cumprimento das normas ambientais será
realizado pelos agentes fiscais ambientais e pelos demais servidores públicos para tal fim
designados, nos limites da lei.
Parágrafo Único. Qualquer cidadão poderá encaminhar representação à
SEMMAM informando a prática de infração ambiental, cabendo a este órgão proceder
imediatamente a sua apuração.
Art. 171 No exercício da ação fiscalizadora serão assegurados aos agentes
fiscais o livre acesso e a permanência, a qualquer dia ou hora e pelo tempo tecnicamente
necessário, nos estabelecimentos públicos ou privados, bem como sua integridade física.
Art. 172 O agente fiscal no exercício de suas funções poderá, se necessário,
requisitar o auxilio de força policial.
Art. 173 Aos agentes fiscais compete:
I – efetuar visitas, vistorias e fiscalizações;
II – verificar a ocorrência da infração;
III – lavrar auto correspondente fornecendo cópia ao autuado;
IV – elaborar relatório de vistoria;
V – exercer atividade orientadora visando à adoção de atitude ambiental
preventiva ou corretiva.
Art. 174 A fiscalização e a aplicação de penalidades de que trata este Código
dar-se-ão por meio de:
I – Auto de Advertência;
II – Auto de Interdição;
III – Auto de Embargo;
IV – Auto de Infração;
V – Auto de Multa;
VI – Auto de Apreensão;
VII – Auto de Demolição.
Parágrafo Único. Os Autos serão lavrados em três vias destinadas:
I – a primeira, ao autuado;
II – a segunda, ao processo administrativo;
III – a terceira, ao arquivo.
Art. 175 Constatada a irregularidade, será lavrado o Auto correspondente,
sendo assegurado o direito de ampla defesa ao autuado, dele constando:
I – o nome da pessoa física ou jurídica autuada e o respectivo endereço;
II – o fato constitutivo da infração e o local, hora e data respectivos;
III – o fundamento legal da autuação;
IV – a penalidade a que está sujeito o infrator e, quando for o caso, o prazo
para correção da irregularidade;
V – nome, função e assinatura do autuante;
VI – prazo para recolhimento da multa ou para a apresentação da defesa
administrativa.
Parágrafo Único. No caso de aplicação da penalidade de apreensão no Auto
deve constar a natureza, quantidade, nome ou marca, estado de conservação em que se
encontra o material, local onde o produto ficará depositado e seu fiel depositário
Art. 176 Na lavratura do Auto, as omissões ou incorreções não acarretarão
nulidade, se do processo constarem elementos suficientes para a qualificação da infração e
do infrator.
Art. 177 Do Auto será intimado o infrator:
I – pessoalmente;
II – por seu representante legal;
III – por via postal, com aviso de recebimento;
IV – por edital, se estiver o infrator em lugar incerto, não sabido ou se não for
localizado no endereço.
§ 1º No caso do inciso III do caput, não é obrigatório o recebimento do aviso
postal pelo próprio autuado. A recusa no recebimento do aviso postal caracterizará efetivada
a intimação.
§ 2º O edital referido no inciso IV do caput, será publicado uma única vez em
órgão de imprensa oficial ou em jornal de circulação local, considerando-se efetivada a
intimação 5 (cinco) dias após a publicação.
§ 3º Se o infrator for intimado pessoalmente e recusar-se a exarar a ciência,
deverá o fiscal certificar esta ocorrência no verso ou anverso do Auto, assinando a respectiva
certidão.
§ 4º O prazo para apresentação de defesa ou pagamento de multa contará a
partir da data da recusa do recebimento do Auto.
Art. 178 A assinatura do infrator ou de seu representante não constitui
formalidade essencial à validade do Auto, nem implica em confissão, nem sua recusa
constitui agravante.
SEÇÃO II
DAS INFRAÇÕES AMBIENTAIS
Art. 179 Constitui infração toda ação ou omissão que importe na
inobservância das normas ambientais vigentes, tais como:
I - Causar poluição de qualquer natureza que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, aos recursos hídricos, ao solo, ao ar, ou que provoquem remoção de
pessoas ou animais, a mortandade de espécies da fauna ou a destruição da flora;
II - Causar poluição de qualquer natureza que resultem ou possam resultar em
incômodo ao bem estar das pessoas;
III - Tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para ocupação humana;
IV - Causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos à população;
V - Causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do
abastecimento público de água de uma comunidade;
VI – Emitir, despejar, lançar, armazenar ou depositar resíduos sólidos de
qualquer natureza, efluentes ou resíduos líquidos, resíduos gasosos ou poluentes
atmosféricos, detritos, óleos ou substâncias oleosas, substâncias nocivas ou perigosas, em
desacordo com as exigências descritas em leis, regulamentos, resoluções, autorização ou
licença ambiental;
VII - Deixar de adotar medidas de precaução em caso de risco de dano
ambiental grave ou irreversível, principalmente quando for exigido por autoridade
competente;
VIII - Executar pesquisa lavra ou extração recursos minerais sem a
competente autorização, permissão, concessão ou licença ou em desacordo com a obtida;
IX - Deixar de recuperar área onde houve exploração ou pesquisa de
minerais;
X - Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito, abandonar, dispor ou usar produto ou
substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo
com as exigências estabelecidas em leis ou seus regulamentos;
XI - Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer
parte do território municipal, estabelecimentos, obras ou serviços considerados efetiva ou
potencialmente poluidoras e/ou degradadores do meio ambiente, sem licença ou autorização
do órgão ambiental competente, ou em desacordo com as mesmas, ou contrariando as
normas legais ou regulamentos pertinentes;
XII - Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas;
XIII - Conduzir, permitir ou autorizar a condução de veículo automotor em
desacordo com os limites e exigências ambientais fixadas em normas;
XIV - Alterar ou promover a conversão de qualquer item em veículos ou
motores novos ou usados, que provoque alterações nos limites e exigências ambientais
fixadas em normas;
XV - Causar poluição sonora, por fonte fixa ou móvel, em desacordo com os
limites fixados em normas;
XVI - Descumprir dispositivo previsto e aprovado em Avaliação de Impacto
Ambiental;
XVII - Deixar de atender, no prazo estipulado, sem justificativa prévia,
intimações ou notificações emitidas pelo órgão ou entidade ambiental competente;
XVIII - Deixar de cumprir, total ou parcialmente, sem justificativa prévia,
condicionante imposta pelo órgão ambiental em licença ou autorização;
XIX - Deixar de atender determinação para embargo de obra, interdição de
atividade, demolição de obra/construção ou remoção de atividade;
XX - Dificultar a ação fiscalizadora dos agentes credenciados, ou impedir seu
acesso ou permanência no local onde estiver sendo exercida a atividade a ser fiscalizada;
XXI - Manter fonte de poluição em operação sem sistema de controle de
poluição, com o sistema desativado ou com eficiência reduzida;
XXII - deixar de recompor paisagisticamente o solo, em caso de sua
descaracterização por obras ou serviços, mesmo possuindo licença ambiental;
XXIII - Incinerar resíduos, provocando prejuízos ao bem-estar da população
ou à saúde humana;
XXIV - dispor inadequadamente resíduos de qualquer natureza provocando
impacto ambiental negativo;
XXV - Executar obras ou atividades que provoquem ou possam provocar
danos a qualquer corpo hídrico;
XXVI - Promover obra ou atividade em área protegida por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, ou no seu entorno, assim considerada em razão de seu
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,
etnográfico ou monumental, sem licença ou autorização ou em desacordo com a concedida;
XXVII - Contribuir para que a qualidade do ar seja inferior aos padrões
estabelecidos;
XXVIII - contribuir para que um corpo d’água fique em categoria da
qualidade inferior à prevista em classificação oficial, ou, caso inexistente, em qualidade
inferior à estabelecida pelas metas progressivas para o corpo hídrico afetado;
XXIX - dificultar ou impedir o acesso ou uso das praias marítimas, lacustres
ou fluviais;
XXX - causar poluição de qualquer natureza que venha alterar negativamente
a balneabilidade das cachoeiras, bacias fluviais.
XXXI - sonegar, omitir ou recusar a prestação de informações essenciais ao
deslinde da ação fiscalizadora, de licenciamento, ou do exercício de qualquer outra
atribuição do órgão ou entidade ambiental competente;
XXXII - Deixar de entregar ou subtrair instrumentos utilizados na prática da
infração;
XXXIII – Prestar informações falsas, ou mesmo imprecisas, ao agente
público no exercício de suas atribuições;
XXXIV - Adulterar documentos, resultados ou dados técnicos solicitados;
XXXV - dar causa a vazamento, derramamento ou emissão de produtos
potencialmente poluidores que resultem em impactos ambientais negativos no
meio antrópico, biótico, aquático, edáfico e/ou atmosférico;
XXXVI - não tomar em tempo hábil, e/ou de forma satisfatória e/ou na forma
prevista nos planos de emergência, medidas de contenção ou reparação a danos ambientais
ocorridos;
XXXVII - intervir no meio edáfico de forma que possa provocar, ou que
provoque, processos erosivos de qualquer natureza;
XXXVIII - deixar de comunicar ao órgão ou entidade ambiental competente,
no prazo de 15 (quinze) dias, alterações cadastrais ou a mudança de titularidade do
empreendimento licenciado ou em processo de licenciamento;
XXXIX - deixar de comunicar ao órgão ou entidade ambiental competente,
no prazo de 15 (quinze) dias, sobre a paralisação ou encerramento de sua atividade ou
empreendimento licenciado ou em processo de licenciamento;
XL - adentrar unidades de conservação conduzindo instrumentos próprios
para a caça, pesca ou exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem a devida
autorização;
XLI - transportar, comercializar ou armazenar produto originário de
exploração de recursos naturais sem a devida comprovação da regularidade da origem
XLII - descumprir item ou cláusula constante de Termo de Compromisso
Ambiental firmado com o órgão ou entidade ambiental competente;
XLIII - causar dano direto ou indireto às unidades de conservação;
XLIV - Despejar esgoto doméstico sem tratamento no solo, corpo hídrico ou
na rede pluvial do Município;
XLV - Instalar represa ou barramento sem licença ambiental ou em desacordo
com a obtida;
XLVI – Instalar ou funcionar irrigação em propriedade do Município sem
licenciamento, autorização ou outorga;
XLVII – Utilizar o recurso hídrico, por atividade licenciada, acima da vazão
permitida;
XLVIII - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida;
XLVIX - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, ungulados, nativos ou exóticos;
L - Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías
ou águas jurisdicionais do Município;
LI Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados
por órgão competente;
LII Pescar mediante a utilização de substâncias tóxicas, explosivos,
substância que produza efeito semelhante ou outro meio proibido pela autoridade
competente;
LIII - Destruir ou danificar floresta ou vegetação considerada de preservação
permanente, em qualquer estágio de formação ou regeneração, ou utilizá-la
com infringência das normas de proteção;
LIV - Destruir, cortar, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou
meio, plantas herbáceas, arbustivas ou arbóreas de ornamentação, seja em canteiros
ornamentais ou na arborização urbana de logradouros públicos sem a devida autorização ou
licença emitida pelo órgão ambiental competente;
LV - Provocar incêndio em mata ou floresta;
LVI - Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
assentamento humano;
LVII - Cortar ou transformar em carvão madeira, sem autorização ou licença
do órgão ambiental competente;
LVIII - Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,
lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal ou mineral, sem exigir a exibição de
licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que
deverá acompanhar o produto até final beneficiamento;
LIX - Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas
de vegetação;
LX – Parcelamento do solo no Município de Divino de São Lourenço
contrariando as normas legais vigentes;
LXI - Destruir ou danificar vegetação fixadora de dunas ou protetora de
mangues;
LXII Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas
de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente;
LXIII - Destruir, inutilizar, deteriorar, ou alterar o aspecto ou estrutura de
edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial,
em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural,
religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida;
LXIV - Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento
urbano;
LXV – Submeter qualquer tipo ou forma de vegetação à atividades ou
manejos ausentes de autorização de órgão competente ou de licença ambiental necessária ou
infringindo as normas e regulamentações legais vigentes.
Parágrafo único. Os profissionais que subscrevem os estudos necessários ao
licenciamento ambiental também são responsáveis pelas informações por eles prestadas ao
órgão ou entidade ambiental competente, sujeitando-se às sanções administrativas previstas
na presente Lei, especialmente em caso de constatação de cometimento da infração prevista
nos incisos XXXIII e XXXIV deste artigo.
SEÇÃO III
DAS PENALIDADES ADMINISTRATIVAS
Art. 180 As infrações administrativas serão punidas com as seguintes
sanções:
I – advertência;
II – multa simples, diária ou cumulativa;
III – apreensão de instrumentos, equipamentos, petrechos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na prática da infração, bem como animais, produtos e
subprodutos dela decorrente;
IV – embargo de obra;
V – interdição de atividade;
VI – demolição de obra;
VII – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo
Município;
VIII – reparação, reposição ou reconstituição do recurso natural danificado,
de acordo com suas características e com as especificações definidas pela SEMMAM;
IX – restritivas de direitos.
a) suspensão do registro, licença ou autorização;
b) cancelamento do registro, licença ou autorização;
c) perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
d) proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até
cinco anos.
§ 1º Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações,
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A aplicação das penalidades previstas neste Código não exonera o
infrator das cominações civis e penais cabíveis.
§ 3º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o infrator
obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou recuperar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade.
§ 4º São penalidades restritivas de direito:
Art. 181 As penalidades deverão incidir sobre:
I – o autor material;
II – o mandante;
III – quem de qualquer modo concorra à prática da infração ou dela, tendo
conhecimento, se beneficie.
SUBSEÇÃO I
DA ADVERTÊNCIA
Art. 182 A sanção de advertência poderá ser aplicada pela inobservância das
disposições desta Lei e das demais normas em vigor, precedendo a aplicação das demais
penalidades no caso de cometimento das infrações previstas nos incisos XVII e XVIII do
artigo 189 desta Lei, quando não resultarem em dano ambiental ou risco de dano ambiental
de natureza grave, garantidos a ampla defesa e o contraditório.
§ 1º Quando necessário, será fixado prazo para regularizar a situação.
§ 2º O prazo estipulado poderá ser prorrogado, uma única vez, mediante
solicitação e justificativa apresentada pelo infrator
§ 3º Sanadas as irregularidades dentro do prazo concedido, o agente autuante
certificará o ocorrido nos autos.
§ 4º Caso o autuado, por negligência ou dolo, deixar de sanar as
irregularidades, o agente autuante certificará o ocorrido e aplicará a sanção correspondente à
infração praticada, independentemente da advertência.
§ 5º A sanção de advertência não excluirá a aplicação de outras sanções.
Art. 183 Caberá multa sempre que houver constatação de cometimento de
infração ambiental, garantido o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º - Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, serlhe-ão aplicadas, cumulativamente, as multas correspondentes.
§ 2º - O pagamento de multa por infração ambiental imposta, pela mesma
conduta, seja pela União ou pelo Estado, substitui a aplicação de penalidade pecuniária pela
SEMMAM, sendo que somente o efetivo pagamento da multa será considerado para efeito
da substituição de que trata este parágrafo, não sendo admitida para essa finalidade a
celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta ou outra forma de
compromisso de regularização da infração ou composição de dano.
§ 3º - O valor da multa simples ou diária poderá ser convertido, no todo ou
em parte, em prestação de serviços ou doação de bens para o desenvolvimento de ações
voltadas à proteção, conservação, recuperação e controle ambiental, em favor da SEMMAM
e na forma por ela estabelecida ou, caso seja proposto pelo infrator, com aprovação da
mesma.
§ 4º - O valor da multa deverá ser recolhido pelo infrator no prazo de 20
(vinte) dias, contados do recebimento da notificação para seu recolhimento, sob pena de
encaminhamento do processo administrativo à Secretaria Municipal de Finanças para que
proceda a inscrição do valor em dívida ativa.
§ 5º - Para a graduação do valor da multa, deverão ser observadas as
seguintes circunstâncias, quando for possível identificar:
I - Atenuantes:
a) baixo grau de instrução ou escolaridade do infrator;
b) arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
c) comunicação prévia pelo infrator do perigo iminente ou ocorrência de
degradação ambiental;
d) colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle
ambiental.
a) ter sido a infração cometida:
II - Agravantes:
1 - para obter vantagem pecuniária;
2 - coagindo outrem para a execução material da infração;
3 - afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde de pessoas ou o
meio ambiente;
4 - concorrendo para danos à propriedade alheia;
5 - atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do
Poder Público, a regime especial de uso;
6 - atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
7 - em período de defeso à fauna;
8 - em sábados, domingos ou feriados;
9 - à noite, no período das 18 horas às 06 horas;
10 - em épocas de seca ou inundações;
11 - no interior do espaço territorial especialmente protegido;
12 - com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
13 - mediante fraude ou abuso de confiança;
14 - mediante abuso do direito de licença ou autorização ambiental;
15 - no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
16 - atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
17 - facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
§ 6º - Constitui reincidência a prática de nova infração cometida pelo mesmo
infrator no período de três anos, classificada como:
I - Específica: cometimento de infração da mesma natureza;
II - Genérica: cometimento de infração de natureza diversa.
§ 7º - No caso de reincidência específica ou genérica, a multa a ser imposta
pela prática da nova infração será de valor correspondente ao triplo e ao dobro,
respectivamente, independentemente de ter sido ou não aplicada à multa correspondente a
infração anterior e mesmo que aquela tenha sido convertida em serviços ou doação de bens.
§ 8º - A multa simples variará de mínima de 05 (cinco) U.R (Unidade de
Referência do Município de Divino de São Lourenço) a 5.000 (cinco mil) de U.R (Unidade
de Referência do Município de Divino de São Lourenço).
§ 9º - A multa diária variará de 05 (cinco) U.R (Unidade de Referência do
Município de Divino de São Lourenço) a 5.000 (cinco mil) U.R (Unidade de Referência do
Município de Divino de São Lourenço) por dia.
§ 10 - A multa diária incidirá a partir do primeiro dia subsequente à
notificação do infrator e será devida até que seja corrigida a irregularidade, porém, não
ultrapassará 30 (trinta) dias.
§ 11 - Sanada a irregularidade, deverá o infrator comunicar por escrito à
SEMMAM e uma vez constatado a sua veracidade, retroagirá o termo final da multa à data
da comunicação.
§ 12 - Decorridos os dias determinados para multa diária sem que haja
correção da irregularidade, será procedida a totalização do valor para recolhimento pelo
autuado e poderão ser impostas outras penalidades, inclusive nova Multa Diária.
Art. 184 A conversão do valor da multa em prestação de serviços ou doações
de bens poderá ser proposta pela SEMMAM ou pelo autuado, observando-se o seguinte:
I - o autuado deverá apresentar a proposta de conversão no prazo de defesa;
II - caso o autuado não apresente a proposta de conversão, deverá recolher o
valor em até 20 (vinte) dias contados do recebimento da multa;
III – sendo a conversão proposta pela SEMMAM, terá o autuado prazo
improrrogável de 20 (vinte) dias após seu recebimento para manifestação, sendo que o
silêncio do autuado será interpretado como negativa.
§ 1º A proposta encaminhada pelo autuado após a expiração do prazo previsto
no inciso I será desconsiderada.
§ 2º Os serviços ambientais apresentados para fins de conversão deverão ser
efetuados de forma direta pelo próprio interessado ou seu preposto, sob sua
responsabilidade
§ 3º A proposta apresentada pelo autuado será submetida à análise da
SEMMAM e encaminhada ao COMDEMA para aprovação.
§ 4º A proposta aprovada pela SEMMAM será objeto de termo de
compromisso na forma dos parágrafos seguintes.
§ 5º O Termo de Compromisso deverá conter obrigatoriamente:
I - nome, qualificação e endereço das partes compromissadas ou dos
respectivos representantes legais;
II - descrição detalhada de seu objeto;
III - número do processo administrativo, do processo de defesa e número do
auto de multa relacionado ao termo a ser firmado;
IV - previsão de reconhecimento irretratável do débito pelo infrator e
indicação de que o Termo terá eficácia de título extrajudicial;
V - prazo de vigência;
VI - em caso de conversão em serviços ambientais, descrição detalhada do
serviço, com cronograma físico ou físico financeiro de execução e estabelecimento de metas
a serem atingidas, além de indicação de técnico responsável pela elaboração e execução dos
serviços;
VII - em caso de doação de bens, descrição detalhada dos bens a serem
doados, com indicação de marca, modelo, quantidade, ano de fabricação, além de outras
informações que permitam a identificação exata do bem a ser doado;
VIII - valores totais do investimento;
IX - indicação de servidor para acompanhar a execução dos serviços ou o
recebimento dos bens doados;
X - prazo de vigência e previsão de rescisão;
XI - foro competente para dirimir eventual litígio entre as partes;
XII - data, local e assinatura das partes;
XIII - nome e número do CPF das testemunhas e respectivas assinaturas.
§6º O Termo de Compromisso deverá ser firmado no prazo de 90 (noventa)
dias, contados a partir da protocolização da proposta ou de sua aceitação, prorrogável a
critério da autoridade administrativa competente.
§7º No caso de doação de bens, o interessado deverá apresentar todas as notas
fiscais dos produtos doados no ato da doação.
§8º No prazo máximo de 30 (trinta) dias após a assinatura do Termo de
Compromisso, a SEMMAM providenciará a publicação do respectivo extrato no Diário
Oficial do Estado.
§9º Caso o valor da conversão seja inferior ao valor da(s) multa(s)
convertida(s), o montante não convertido deverá ser recolhido por meio de Documento de
Arrecadação Municipal - DAM, no prazo máximo de 20 (vinte) dias após a assinatura do
Termo.
§10 Caso seja descumprida qualquer das cláusulas previstas no Termo de
Compromisso, este será considerado rescindido de pleno direito, ressalvadas as situações
consideradas de caso fortuito ou força maior, ou justificáveis a critério da Administração.
§11 Após a rescisão de que trata o parágrafo anterior, o interessado será
notificado a pagar o total ou o remanescente do valor da multa no prazo de 20 (vinte) dias,
sob as penas da lei.
§12 O valor a ser pago deverá ser cobrado após sua devida atualização
monetária.
§13 Após a comprovação de cumprimento integral das obrigações firmadas
no Termo de Compromisso, este será considerado cumprido e o processo de defesa
arquivado.
§14 Eventual alteração no Termo de Compromisso firmado deverá ser
efetuada por meio de termo aditivo, após aprovação pelo COMDEMA.
§15 A celebração do Termo de Compromisso não impede a cobrança de
eventuais multas não contempladas no referido instrumento e ainda não pagas, ou a
aplicação de novas penalidades em caso de ocorrência de nova infração ambiental.
SUBSEÇÃO III
DO EMBARGO
Art. 185 - A penalidade de embargo será aplicada em decorrência de
constatação de obra ou construção sendo executadas em desacordo com os dispositivos
legais e regulamentares.
Parágrafo Único - A penalidade de embargo poderá ser temporária ou
definitiva:
I - Será temporária quando houver possibilidade de prosseguimento ou
manutenção da obra ou construção com a adoção prévia, pelo infrator, de providências para
corrigir os danos causados em consequência da infração.
II - Será definitiva quando não houver possibilidade de prosseguimento ou
manutenção da obra ou construção.
SUBSEÇÃO IV
DA INTERDIÇÃO
Art. 186 - A penalidade de interdição será aplicada em decorrência de
constatação de atividade sendo executada em desacordo com os dispositivos legais e
regulamentares
Parágrafo Único - A penalidade de interdição poderá ser temporária ou
definitiva, dependendo da possibilidade ou não do prosseguimento da atividade.
SUBSEÇÃO V
DA APREENSÃO
Art.187 Todos os bens, materiais e equipamentos utilizados para o
cometimento da infração, bem como os produtos e subprodutos dela decorrentes, poderão
ser apreendidos pela SEMMAM.
§ 1º Os custos operacionais despendidos para apreensão e remoção dos bens
correrão por conta do infrator ou serão ressarcidos por ele quando custeados pelo Poder
Público.
§ 2º Os bens, materiais e equipamentos apreendidos deverão ficar sob a
guarda de fiel depositário, que poderá ser o próprio infrator.
§ 3º O fiel depositário deverá ser advertido de que não poderá vender,
emprestar ou usar os bens, materiais e equipamentos apreendidos até decisão final da
autoridade competente, quando estes serão restituídos nas mesmas condições em que foram recebidos, após a efetiva reparação do dano ambiental, ou mediante a assinatura de Termo
de Compromisso com este fim.
§ 3º O fiel depositário deverá ser advertido de que não poderá vender,
emprestar ou usar os bens, materiais e equipamentos apreendidos até decisão final da
autoridade competente, quando estes serão restituídos nas mesmas condições em que foram recebidos, após a efetiva reparação do dano ambiental, ou mediante a assinatura de Termo
de Compromisso com este fim.
§ 4º Caso os bens apreendidos tenham sido utilizados para prática de infração
ambiental causadora de dano direto à unidade de conservação de proteção integral, estes não
serão restituídos, podendo ser destruídos ou doados, a critério da autoridade competente,
após o trânsito em julgado da decisão administrativa.
§5° Os bens, a que se refere o § 4º, serão colocados à disposição da
autoridade policial, caso tenham sido utilizados na prática de crime ambiental.
§6º Caso os bens, materiais e equipamentos apreendidos forem utilizados em
atividade econômica de subsistência, ou caso sejam essenciais ao exercício de atividade
profissional ou à continuidade das atividades de microempresa ou empresa de pequeno
porte, estes poderão ser restituídos antes da decisão final da SEMMAM, condicionado ao
compromisso do autuado de não utilizá-los para a prática de infração ambiental.
§ 7º A critério da autoridade competente, poderão ser liberados, sem ônus, os
bens de uso pessoal de empregados do infrator ou de contratado (empreiteiro ou similar),
devendo ser emitido o correspondente termo de devolução.
§ 8º No caso de apreensão de materiais, equipamentos, produtos ou
subprodutos da infração, estes poderão ser destinados, de acordo com a sua classificação, na
forma que segue:
I - Os perecíveis serão destinados às instituições públicas, às beneficentes ou
às comunidades carentes;
II - Os tóxicos ou perigosos terão sua destinação final de acordo com solução
técnica estabelecida, a expensas do infrator;
III - Os demais tipos de produtos ou sub-produtos serão destinados na forma
prevista na legislação pertinente.
§ 9º Os materiais, equipamentos, produtos ou subprodutos não retirados pelo
beneficiário no prazo estabelecido no documento de doação, sem justificativa, serão objeto
de nova doação ou leilão, a critério da SEMMAM, revertendo os recursos arrecadados, no
caso de leilão, para o FUMDEMA, correndo os custos operacionais de depósito, transporte,
beneficiamento e demais encargos legais à conta do beneficiário.
§ 10. Caso os materiais, equipamentos, produtos ou subprodutos tenham
utilidade para o uso nas atividades dos órgãos ambientais e de entidades científicas,
culturais, educacionais, hospitalares, penais, militares, públicas e outras entidades com fins
beneficentes serão doados, após prévia avaliação da SEMMAM.
SUBSEÇÃO VI
DA DEMOLIÇÃO
Art. 188 - A penalidade de demolição de obra ou construção será aplicada
quando:
I – não estiverem obedecendo às prescrições legais e regulamentares;
II – sua permanência implicar em dano ambiental provocado em área sob
proteção legal;
III – houver infração continuada de construção, após a aplicação da
penalidade de embargo pela fiscalização ambiental.
§1º A demolição deverá ser efetuada pelo autuado no prazo determinado em
auto de infração ou em notificação emitida pela SEMMAM.
§ 2º O não atendimento pelo infrator da determinação para efetivar a
demolição ensejará a aplicação da penalidade de multa diária.
§3º No caso do parágrafo anterior, a demolição poderá ser efetuada pela
própria SEMMAM, ficando o autuado responsável pelo valor das despesas decorrentes para
execução da demolição.
SUBSEÇÃO VII
SUSPENSÃO DE LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO
Art. 189 A licença ou autorização emitida pela SEMMAM poderá ser
suspensa sempre que for constatado o cometimento de infrações.
Parágrafo Único - Havendo correção da irregularidade, devidamente
comunicada pelo infrator, a Licença ou Autorização voltará surtir seus efeitos
SUBSEÇÃO VIII
CASSAÇÃO DE LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO
Art. 190 - A autorização ou licença ambiental emitida pela SEMMAM será
cassada sempre que o motivo da cassação não puder ser corrigido para a continuidade da
obra ou atividade ou quando a mesma já houver sido suspensa anteriormente.
§1º - A licença ou autorização ficará suspensa durante a tramitação do
processo de cassação
§2º - Cassada a Licença ou a autorização, a mesma obra ou atividade somente
poderá ser executada após a emissão de nova Licença ou Autorização, mediante
requerimento do empreendedor
SUBSEÇÃO IX
DA DEFESA E DO RECURSO
Art. 191 O autuado poderá apresentar defesa no prazo de 20 (vinte) dias,
contados do recebimento da autuação.
Art. 192 A impugnação da sanção ou da ação fiscal instaura o processo de
contencioso administrativo, em primeira instância.
§1o A defesa deverá ser apresentada ao Protocolo Geral da Prefeitura.
§2o A defesa mencionará:
I - autoridade julgadora a quem é dirigida;
II - a qualificação do autuado;
III - os motivos de fato e de direito em que se fundamentar;
IV - os meios de provas a que o autuado pretenda produzir, expostos os
motivos que as justifiquem.
Art. 193 É de exclusiva responsabilidade do autuado a produção e
apresentação das provas que entender necessárias para elucidação dos fatos, inclusive em
sede de defesa.
§1º As provas documentais deverão ser apresentadas pelo autuado juntamente
com sua defesa.
§2º Em caso de oitiva de testemunhas, estas deverão ser arroladas na defesa
escrita, ficando sob a responsabilidade do autuado de levá-las à Audiência de Julgamento
independentemente de intimação.
Art. 194 O julgamento do processo administrativo, e os relativos ao exercício
do poder de polícia, serão de competência:
I - em primeira instância, da Junta de Impugnação Fiscal (JIF) nos processos
que versarem sobre toda e qualquer ação fiscal decorrente do exercício do poder de polícia;
II - em segunda e última instância administrativa, do Conselho Municipal de
Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA.
§ 1o O processo será julgado no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir de
sua entrega na JIF.
§ 2o A JIF dará ciência da decisão ao autuado, intimando-o, quando for o
caso, a cumpri-la ao prazo de 20 (vinte) dias, contados da data de seu recebimento.
§ 3o O COMDEMA proferirá decisão no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
contados da data do recebimento do processo, no plenário do Conselho.
Art. 195 A JIF, será composta, no mínimo, de 4 (quatro) membros do
COMDEMA, designados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e 1 (um) Presidente,
que será sempre o Secretário(a) Municipal de Meio Ambiente, autora da sanção fiscal.
§1º Para cada membro deverá ser designado um suplente respectivo.
§ 2º Os serviços prestados pelos membros da JIF descritos no artigo anterior
não serão remunerados, sendo considerados de relevante valor social para o município.
Art. 196 Compete ao Presidente da JIF:
I - presidir e dirigir todos os serviços da JIF, zelando pela sua regularidade;
II - determinar as diligências solicitadas;
III - proferir voto ordinário e de qualidade, sendo este fundamentado;
IV - assinar as resoluções em conjunto com os membros da Junta;
V – recorrer de oficio ao COMDEMA, quando for o caso.
Art. 197 São atribuições dos membros da JIF:
I - examinar os processos que lhe forem distribuídos, apresentando, por
escrito, no prazo estabelecido, relatório com parecer conclusivo;
II - solicitar esclarecimentos, diligências ou visitas, se necessário;
III - proferir, se desejar, voto escrito e fundamentado;
IV - redigir as resoluções, nos processos em que funcionar como relator desde
que vencedor o seu voto;
V - redigir as resoluções quando vencido o voto de relator.
Art. 198 A JIF deverá elaborar o regimento interno, para disciplinamento e
organização dos seus trabalhos, submetendo-se ao exame e sanção da Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais.
Art. 199 O presidente da JIF recorrerá de ofício ao COMDEMA sempre que
a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento do tributo ou de sanção fiscal, do valor
originário não corrigido monetariamente, superior a 1
Art. 200 Não sendo cumprida, nem impugnada a sanção fiscal, será declarada
à revelia e cópia do processo será encaminhada à Secretaria Municipal de Finanças para as
providências necessárias.
Art. 201 São definitivas as decisões:
§ 1o De primeira instância:
I - quando esgotado o prazo para defesa sem que esta tenha sido interposta;
II - quando a parte não apresentar recurso encaminhado ao COMDEMA.
§ 2o De segunda e última instância recursal administrativa.
Art. 202. Não será permitida a implantação, ampliação ou renovação de
quaisquer licenças ou alvarás municipais de instalações ou atividades em débito com o
Município, em decorrência da aplicação de penalidade por infração à legislação ambiental.
CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 203 Para melhor administrar as receitas decorrentes da aplicação deste
Código, provenientes de multas, licenciamentos, compensação ambiental e outros atos, o
Poder Executivo, por meio de Decreto, estabelecerá as normas de funcionamento,
administração e aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente.
Art. 208 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sumário